A XP Investimentos reiterou sua recomendação de compra para as ações preferenciais (PN) de Itaú (ITUB4), com preço-alvo de R$ 34,00 por papel. Analistas participaram do Investor Day da instituição financeira na última quinta-feira, 15 de junho.
Na opinião deles, na ocasião, foi reforçada a perspectiva positiva em relação ao banco, especialmente, devido às transformações culturais e digitais em andamento, que devem permiti-lo manter sua posição dominante em termos de eficiência, qualidade da carteira e disciplina na alocação de capital.
Transformação digital
Segundo a gestão do banco, a combinação da transformação digital com uma cultura centrada no cliente (com o foco dos produtos para os clientes) tem contribuído para um aumento no NPS (Net Promoter Score) entre os clientes.
Acima de tudo, o Itaú entende que precisa reduzir a diferença, do ponto de vista tecnológico, em relação às fintechs e neobanks.
Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre declararam que a tecnologia e os dados desempenham um papel importante na transformação vivida pela instituição, o que viabilizou à empresa compreender seus clientes individualmente e oferecer-lhes uma experiência mais personalizada.
Além disso, o banco tem se esforçado para integrar suas diferentes franquias e alcançar o que chamam de “visão 360 do cliente”.
Ao integrar suas diferentes áreas de negócio, o banco pode aproveitar ao máximo sua oferta de produtos e serviços, e aumentar o envolvimento dos clientes, afirmaram Guttmann, Guimarães e Nobre.
Alta renda
De acordo com os executivos durante a apresentação, o Itaú deu maior ênfase aos clientes de alta renda. Embora isso tenha levado a uma perda de participação de mercado, a maior rentabilidade alcançada com os clientes Uniclass e Personnalité compensou amplamente.
Os membros do comitê executivo destacaram que a mudança para uma perspectiva centrada no cliente nos últimos anos permitiu uma abordagem mais próxima e assertiva desse perfil de cliente, o que se refletiu em maior engajamento e, consequentemente, maior rentabilidade.
Inadimplência
Nos últimos trimestres, o Itaú superou a maioria de seus concorrentes em termos de inadimplência.
De acordo com a alta administração, esse resultado deve-se em grande parte a um modelo de crédito bem estruturado, que incorpora aspectos comportamentais, bem como informações fornecidas por bureaus de crédito.
Os executivos foram questionados se o desempenho superior atual, aliado aos maiores desafios enfrentados pelos demais bancos tradicionais no controle da inadimplência, poderiam indicar que o Itaú poderia ser mais agressivo em termos de originação de crédito nos próximos meses.
No entanto, os executivos do Itaú pareceram cautelosos diante do cenário macroeconômico subótimo e reiteraram as diretrizes para o ano.
PMEs
Na ocasião, o banco afirmou ainda ter se tornado líder de mercado no segmento de PMEs (pequenas e médias empresas), que representa 20% do EBT do Itaú e gera um sólido RAROC de 35%.
A administração ressaltou que o TAM (Total Addressable Market) potencial nessa linha de negócio poderia ser de 4 a 5x a base de clientes atual.
O Itaú conseguiu conceder crédito a esse grupo com um índice de inadimplência controlado (inferior ao dos concorrentes) e ainda expandir sua carteira de crédito a uma sólida taxa de crescimento anual composta de 13% de 2015 a 2022.