Na última sexta-feira, 14 de julho, a Light (LIGT3) apresentou à Justiça seu plano de recuperação judicial.
No documento, a companhia entregou diversas alternativas aos credores, em uma movimentação que teria o potencial de reduzir a dívida da empresa em aproximadamente R$ 6 bilhões, de acordo com o site Brazil Journal.
Em relatório, a Guide Investimentos avaliou o fato como positivo. De acordo com o analista Mateus Haag, o potencial de redução e o alongamento considerável dos prazos são dois pontos que podem fazer com que o mercado avalie bem o plano proposto.
A primeira alternativa, voltada para debenturistas que possuem até R$ 10 mil em debentures da companhia, a holding propõe pagar este valor consolidado à vista.
Já na segunda alternativa, haveria a conversão da dívida da companhia em ações próprias, que limitariam este contingente em até R$ 3 bilhões, uma diluição de 40% dos atuais acionistas.
Na terceira alternativa, voltada para credores da Light Energia (geração), a opção seria o recebimento integral do valor da dívida a partir de uma emissão de uma nova debênture com vencimento de cinco anos, e a simultânea extensão do prazo de recebimento da dívida atual em dois anos.
Já na quarta alternativa, voltada para credores da Light SESA, foi proposta a criação de um FIDC, linha com garantia em recebíveis, em que para cara R$ 1,2 investidos pelos credores, R$ 1 seria recebido integralmente através da emissão de uma debênture com prazo de quinze anos.
Haag ressaltou que o limite de adesão deste foi estipulado em um valor máximo de R$ 1,25 bilhão.
Em relação a quinta opção, a Light propõe o recebimento do valor à vista, mas com um desconto atrelado a um chamado leilão reverso, a partir de um haircut mínimo de 60%.
De acordo com o que foi apontado pelo site Brazil Journal, a opção seria honrada com os recursos captados pelo FIDC, limitada a R$ 3 bilhões da dívida – R$ 1,2 bilhão do próprio FIDC.
Por fim, a sexta alternativa consiste no recebimento do valor com um desconto de 20% sendo parcelado em quinze anos e corrigido pelo IPCA.
Haag relembra que a aprovação do plano depende de maioria simples do total de credores ponderados pela dívida (fundos, bancos e debenturistas), ou seja, 50% do total da dívida mais 1.
Em geral, a Genial Investimentos acredita que ainda deverão ocorrer alterações no plano e maior barganha dos credores, uma vez que esta foi a primeira versão e os credores ainda deverão ser ouvidos pela companhia.