De acordo com dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a média de contas não pagas entre setembro e dezembro de 2021 foi de 5,89%, acima do percentual médio registrado antes e durante a pandemia.
No mês, as famílias já foram afetadas pelo reajuste das tarifas, que passaram a contar com a cobrança da “bandeira de escassez hídrica” para ajudar a compensar os maiores custos de geração de energia com a estiagem que afetou as hidrelétricas.
Os índices de inadimplência são medidos a partir da diferença entre o faturamento e o recebimento das distribuidoras. Nos 12 meses até março de 2020, quando a crise sanitária da covid-19 chegou ao Brasil, a média de inadimplência no setor era de 3,76%.
Nos primeiros meses da pandemia, a taxa subiu a 12% em abril de 2020, mas caiu novamente nos meses seguintes.
A média no período entre março de 2020 e dezembro de 2021, já considerado o aumento causado pelas maiores tarifas, ficou no patamar de 4,46%.
No ano passado, o Brasil viveu a pior seca em 91 anos, o que afetou a geração nas usinas hidrelétricas e levou à necessidade de acionar usinas termelétricas mais caras e de importar mais energia do Uruguai e da Argentina.
Para compensar os maiores custos para o suprimento de energia, a partir de setembro a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a cobrança da bandeira tarifária de “escassez hídrica”, com o custo adicional de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
O valor representou um aumento em relação ao patamar 2 da bandeira vermelha, adotado até então, que tinha custo adicional de R$ 9,492 por cada 100 kWh.
As informações são de Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.