Sou uma das precursoras da educação financeira infanto-juvenil no Brasil e desde 2007 realizo trabalhos diretamente com crianças e jovens, não somente em escolas, mas também em domicílios e acampamentos de férias.
Também colaboro com outros educadores financeiros na adequação de seus programas e além de auxiliar na formação de professores. Sou, e continuarei sendo, uma grande entusiasta e apoiadora do ensino da Educação Financeira. Escrevo esse artigo para pais que desejam educar seus filhos financeiramente com o apoio das escolas e professores.
Mesmo com tantos livros, gibis e cartilhas escritos e distribuídos, programas criados, disponibilizados e reinventados e tantas palestras oferecidas ao longo de todos esses anos, considero que ainda estamos engatinhando no quesito “criação de uma cultura financeira”.
Cada ano que passa, pais e escolas desperdiçam a oportunidade de preparar as crianças e jovens para um encontro com a vida real por meio da importante disciplina, cujo aprendizado levarão para a vida inteira, independentemente da profissão que escolherem: a Educação Financeira.
Construção de um novo modelo
Nossa longa história de uma cultura paternalista e assistencialista ainda é muito enraizada e isso faz com que andemos em círculos ou na contramão da criação de um modelo econômico de independência financeira que permita que as pessoas sejam menos dependentes do governo e prosperem verdadeiramente.
Não podemos negar que avançamos à medida que mais educadores demonstram interesse e compreendem a importância da Educação Financeira na formação cidadã.
Mas também é verdade que o processo é moroso e que se faz necessária a adesão de programas já existentes ou a criação de novas matérias de educação financeira por parte das escolas, para que elas possam preparar mais educadores – inclusive para a nova demanda de aulas on-line – do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, como uma disciplina curricular.
De qualquer forma, para que as crianças tenham acesso introdutório à educação financeira, pais e mães deveriam abrir o canal de comunicação sobre o tema, que ainda é tabu dentro de muitas famílias, ao invés de seguirem a antiga cartilha de que “dinheiro não é assunto de criança”, simplesmente porque não sabem como iniciar essa conversa.
Surpreenda-se e divirta-se sobre a forma como eles veem e entendem o dinheiro.
E, quando todo esse momento de reclusão passar, avalie sua própria experiência e demonstre a importância da educação financeira na escola de seus filhos, pedindo para que os responsáveis busquem profissionais especializados para ajudá-los a atender essa necessidade.
A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.