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Mesmo com a Selic a 10,75% ao ano, a B3 (B3SA3) continua barata, diz XP

O prêmio de risco do Ibovespa, que mede a diferença entre o rendimento de renda variável e a taxa de juros real, está em 6,5% atualmente, bem acima da média histórica de 5,0%

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A B3 (B3SA3), a bolsa brasileira, está barata. Foi o que disse a XP em seu mais recente relatório publicado na manhã desta terça-feira (8). 

De acordo com os analistas, a B3 opera próximo às mínimas em relação ao indicador de preço/lucro (7x), enquanto as bolsas dos EUA seguem perto das máximas (20x).

Além disso, o desconto entre o preço/lucro dos dois mercados negocia em 60%, um desconto bem maior do que a média histórica de ao redor de 25%.

E em relação às taxas de juros, a resposta positiva também segue a mesma. O prêmio de risco do Ibovespa, que mede a diferença entre o rendimento de renda variável e a taxa de juros real, está em 6,5% atualmente, bem acima da média histórica de 5,0%.

Como a alta na taxas de juros dos Estados Unidos afeta o Brasil?

Após o Federal Reserve (Fed) sinalizar a retirada de estímulos nesse ano, as taxas de juros nos EUA tiveram uma forte alta.

Assim, as ações de crescimento começaram a sofrer pois têm a maior parte do seu valor projetado no futuro, e, quando taxas de juros de longo prazo sobem, como os Treasuries de 10 anos, o valor justo dessas ações cai.

Isso tem afetado especialmente as grandes empresas estrangeiras de tecnologia e, como resultado, os índices S&P 500 e Nasdaq 100 apresentaram fortes quedas durante o mês de janeiro.

Por outro lado, o índice Ibovespa subiu fortemente em janeiro: 6,97%.

No recorte por setor, vemos que o índice foi impulsionado por ações ligadas a serviços financeiros e commodities. Enquanto isso, as ações de alto crescimento e de setores mais domésticos tiveram um desempenho inferior.

Os preços das commodities podem continuar a subir?

Nesse início de ano, o preço das commodities subiu fortemente, mas o mercado espera uma normalização.

A XP vê disse com atenção para os lucros projetados de ações ligadas ao setor, na qual os analistas esperam uma queda.

Além disso, os múltiplos das empresas estão negociados em patamares menores do que a média histórica, o que indica que os investidores querem pagar menos pelos lucros atuais.

Caso essa normalização dos preços de commodities não se concretize, a XP projeta duas possibilidades: revisões de lucros dessas empresas pra cima, além de um aumento nos múltiplos de negociação. Esse não foi o cenário-base projetado pelos analistas, mas eles ressaltam que vale a pena acompanhar de perto essa dinâmica.

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