Recomendações

Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), MRV (MRVE3) ou Tenda (TEND3): qual ação devo comprar?

XP revisa recomendações e preços-alvo para empresas do setor de construção civil, e inclui também uma análise sobre a Plano & Plano (PLPL3)

- Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil
- Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nesta terça-feira (8), a XP produziu um relatório em que analisou algumas das principais empresas do setor de construção civil sob sua cobertura. São elas: Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Plano & Plano (PLPL3).

Foram revisados os preços-alvo para as companhias, para incorporar uma nova perspectiva macroeconômica mais desafiadora e um ambiente de maior incerteza política, assim como houve também novas projeções operacionais e financeiras de longo prazo.

A XP optou pela recomendação de compra para todas as empresas mencionadas, com elevação de rating para MRV (MRVE3) mas com alterações nos preços-alvo.

Analistas veem as empresas com valuation atrativo e fundamentos robustos de longo prazo, mas buscou favorecer nomes com foco no topo do programa Casa Verde e Amarela.

Cury

Nesse sentido, a Cury foi escolhida como a empresa favorita da XP no setor, negociada a 4,9x a relação P/L neste ano.

Para a Cury (CURY3), houve corte no preço-alvo, de R$ 15,00 para R$ 13,00.

Alguns dos principais pontos avaliados pela XP para a empresa são:

(i) receita bruta mais forte para 2022/23 e margens brutas ligeiramente mais altas em 2021, pois vê a Cury com maior eficiência no repasse de custos para clientes do grupo 2 e 3 do programa CVA;

(ii) maior geração de caixa apesar dos lançamentos robustos em 2021. 

Buscando rentabilidade na Bolsa de valores? Saiba como aumentar seus retornos com um assessor da Ipê Investimentos via WhatsApp.

Direcional

O preço-alvo para Direcional (DIRR3) foi reajustado de R$ 20,50 para R$ 17,00.

Mudanças leves em relação às estimativas anteriores incluem:

(i) receita levemente mais forte para 2022/23, pois espera-se maior crescimento para os lançamentos e vendas da Direcional especialmente provenientes da Riva;

(ii) margens brutas mais fortes, com estimativas de aumento na relevância da Riva na empresa e maior capacidade de repasse de custos, que suavizem os efeitos do aumento da inflação de construção;

(iii) menores níveis de alavancagem para 2021/2022 que reflitam uma robusta geração de caixa. 

MRV

O preço-alvo para MRV (MRVE3) foi reajustado de R$ 23,00 para R$ 19,00.

Mudanças significativas em relação às estimativas anteriores incluem:

(i) resultado final mais forte para 2022/23, a considerar o desenvolvimento robusto das operações de AHS, com a operação no exterior com mais relevância na MRV;

(ii) margens brutas ligeiramente menores devido ao aumento dos custos de construção.

A XP vê a MRV com menos espaço para repasse de custos devido ao foco na velocidade de vendas.

Tenda

Já para a Tenda (TEND3), o corte foi de R$ 10,00 – de R$ 38,00 para R$ 28,00.

Mudanças significativas em relação às estimativas anteriores incluem:

(i) um leve crescimento da receita para as projeções em 2022/23, que refletem os desafios macroeconômicos;

(ii) margens brutas significativamente menores, maior alavancagem e menor geração de caixa, pois vemos a estratégia da Tenda como provedora de menor custo – o que dificulta a capacidade da empresa de repassar custos e, consequentemente, aumenta a pressão sobre as margens em um cenário de inflação mais alta.

Plano & Plano

Por fim, para a Plano & Plano (PLPL3), o corte foi de R$ 10,00 para R$ 7,00.

Mudanças significativas em relação às estimativas anteriores incluem:

(i) faturamento mais fraco para 2022/2023, pois a XP vê a empresa sofrer com os recentes desafios macroeconômicos;

(ii) margens brutas significativamente menores e maior alavancagem, pois analistas veem a atuação da empresa nas faixas inferiores do programa CVA prejudicar a capacidade da Plano & Plano de repassar custos e, consequentemente, pressionar as margens.

Análise geral

Entre os trechos do relatório, a XP destaca que a perspectiva em geral para o setor melhorou porque a inflação da construção civil começou a desacelerar.

A partir do segundo semestre, com a desaceleração da pandemia, a escassez de oferta de materiais de construção estabilizou e algumas commodities, como o aço, iniciaram uma tendência de queda que pode ser um dos primeiros sinais de estabilização da inflação de custos de construção.

No entanto, analistas destacam que a inflação da construção caiu em níveis superiores à média histórica, o que ainda pode ser uma preocupação para as margens. A XP destaca que o impacto nas margens fora assimétrico, com players maiores e mais líquidos com mais flexibilidade e poder de barganha com fornecedores para diminuir a pressão de custos e possíveis desabastecimentos.

Porém, a preocupação com custo de mão de obra persiste e a XP ressalta também que as empresas de baixa renda têm poder limitado para aumentar os preços devido à alta sensibilidade dos clientes às mudanças de preços, o que pode prejudicar a velocidade de vendas dos projetos, além do limite de preço do programa CVA.

Veja o relatório completo aqui.