Apresentado por Unioncorp
Nos últimos anos, os portais de anúncios se tornaram as principais plataformas para quem quer comprar ou alugar uma casa ou apartamento. É improvável que, em uma busca pelo seu próximo lar, você não fique ao menos algumas horas conectado a endereços como Zap Imóveis, ImovelWeb ou VivaReal.
Para as imobiliárias, ter seus imóveis cadastrados nessas plataformas se tornou uma estratégia obrigatória para aquisição de clientes. Porém, eventos ocorridos em setembro do ano passado ajudaram a “estremecer” as relações entre portais e imobiliárias.
O Portal Zap Imóveis havia criado uma nova linha de negócios, em que o proprietário poderia anunciar diretamente o seu imóvel, tirando a intermediação das imobiliárias da negociação. Mesmo que logo após a plataforma tenha desistido da iniciativa e reafirmado a sua parceria com as empresas imobiliárias, para muitos gestores uma luz amarela de atenção foi acesa.
Alguns, como José Francisco Medeiros, diretor da Redeplan Imóveis, do Rio de Janeiro (RJ), optaram por sair dos portais.
“Em setembro do ano passado, a gente percebeu que tinha que tomar uma decisão que dependia de informação e coragem. O portal nunca foi a entrada mais relevante e, de qualidade, não era das melhores. Isso facilitou que na nossa região a gente fizesse esse desligamento”, contou o diretor.
Grande parte das imobiliárias, porém, segue anunciando, mas diminuíram seus aportes nesse tipo de mídia.
Para debater o tema, a ICXP2022, realizada entre os dias 18 e 19 em Curitiba (PR), formou um painel com a participação de José Francisco, Matheus Kurtz, diretor de vendas da Auxiliadora predial, do Rio Grande do Sul; Felipi Adauto, diretor da DF Casa Imóveis (São Paulo) e Ilso Gonçalves, CEO da JBA Imóveis (PR).
Vale a pena para quem?
Antes de decidir se vale a pena tirar o dinheiro que seria investido em um portal, o gestor precisa considerar de onde vem o seu público e quais outras formas de atração seriam utilizadas.
“Começamos no final de 2013 e quando a gente entrou o mercado era muito sobre os portais. Começamos a buscar uma transição para não depender deles e levar para o nosso terreno, que é o nosso site. Também iniciamos o trabalho com blog, YouTube e mídias sociais. Assim, ao longo do tempo eu diminui metade do meu investimento em portais”, contou Felipi.
“É preciso ter métricas para avaliar o que vale a pena e o que não. No nosso caso, não vale ter volume de leads sem ter conversão. Então nosso foco está sempre em converter. Posso ter um lead mais caro, mas tenho mais conversão, é a regra do meu jogo”, explicou.
“Quem está querendo sair dos portais deve pensar em uma estratégia de médio e longo prazo. Quando a gente faz transição para o Google, a conversão melhora, mas tem um período de transição, precisa fazer estudo de palavra-chave”, lembra o diretor da DF Casa Imóveis.
Fora dos portais desde o ano passado, José Francisco afirmou não estar tendo problemas com falta de leads.
“Percebemos que a modificação do investimento para nossa rede própria está trazendo leads com mais qualidade e mais quantidade, então me mostra que a decisão foi acertada. Fortalecer a marca é muito importante”, afirmou.
Diretor de uma imobiliária de grande porte com 700 corretores, Mateus mostrou uma visão um pouco diferente.
“Pelo tamanho da nossa operação, volume de leads para a gente é importante. Então é importante trabalhar com os portais, mas não somos dependentes deles. Acreditamos na força da nossa rede e desde 2007 trabalhamos nosso recall de marca e percepção de valor para conseguir um trabalho de geração de leads com o nosso site e não ficar em posição frágil em relação a esse monopólio”, explicou.
Para Ilso, ainda têm muita influência no mercado, mas menos do que no passado. “Nos ensinaram muito. Trouxeram qualidade de foto, maior rapidez, mas realmente não podemos criar dependência, como já vimos no passado. Não adianta sair dos portais, tem que utilizar, mas temos que nos lembrar de que existem outros mecanismos também. Para a gente, placa na rua ainda traz mais resultados que os portais e o site”, lembrou ele.
“As pessoas ainda andam na rua”
Forma mais tradicional de divulgar que um espaço está disponível para venda ou locação, as placas que são fixadas na porta da casa ou do prédio, além do famoso “boca a boca”, ainda são recursos que merecem ser explorados.
“Falam demais de lead, de mídia digital, mas as pessoas ainda andam na rua, enxergam placas, conversam, se relacionam. Só a indicação representa até 30% do nosso volume de venda”, afirmou Matheus Kurtz, diretor de vendas da Auxiliadora Predial.
Ilso Gonçalves, CEO da JBA Imóveis (PR), ainda lembrou da rapidez com que as mudanças chegam aos negócios hoje e que novidades aparecem todos os dias. “Virão outras formas de venda e talvez os portais de hoje fiquem como os jornais, no passado”, disse.