Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A governança e independência da Petrobras (PETR4) pode mais uma vez ser questionada pelo mercado, após Joaquim Silva e Luna ser demitido por causa da polêmica em torno da política de preços da companhia.
Pelo menos essa é a visão do UBS, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (29), após a estatal confirmar a indicação de Adriano Pires como novo CEO.
Ainda assim, o banco se mantém positivo sobre o futuro da empresa. A expectativa do UBS é que a Petrobras manterá sua política de precificação de combustíveis, mesmo que ligeiramente abaixo da paridade internacional por algum período de tempo.
De acordo com o relatório emitido pelo UBS, a mudança de presidente da estatal deve ser interpretada como uma ação do governo para atender às preocupações da sociedade, mesmo que sem efeito prático.
O UBS destaca que Pires já emitiu declarações que sugerem um mandato potencialmente favorável, como o apoio à política de preços da Petrobras e a possibilidade de privatização da companhia.
Às 12h27, as ações da Petrobras ganhavam 1,96%, a R$ 32,22.
Silva e Luna vinha sendo alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro e aliados por causa da alta dos combustíveis, impulsionada pelos repasses dos preços internacionais do petróleo por parte da Petrobras. A preocupação do governo era que a inflação causada pelo aumento da gasolina tivesse um impacto negativo na popularidade do presidente e como consequência, prejudicasse a sua campanha de reeleição.
O UBS relembra que após a última mudança no comando da Petrobras, as ações da empresa caíram quase 20%, por causa do medo de interferências do governo na estatal. Porém, desde então, os preços do ativo já subiram mais de 79%, com a companhia apresentando resultados e dividendos acima do esperado.
O UBS mantém a sua indicação de compra das ações da Petrobras, com preço-alvo em R$ 44.