Mercado de ações

ARTIGO - É hora de investir na Bolsa?

Como na maioria das vezes no mercado de renda variável, a resposta é "depende". Depende do apetite ao risco e como o investidor se comporta frente à volatilidade

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Por Antonio Marcos Samad Júnior*

Nesse começo de ano o mercado já deu uma ideia do que vem por aí. De janeiro a abril a B3 subiu cerca de 20%. E de abril até os primeiros dias de maio devolveu praticamente todo o ganho. A expectativa, portanto, é de altíssima volatilidade no mercado de ações durante o ano inteiro.

E haja coração para tanto sobe e desce. A pergunta que muitos fazem é se o momento é bom para investir na Bolsa de Valores.
 
Como na maioria das vezes no mercado de renda variável, a resposta é “depende”. Depende do apetite ao risco e como o investidor se comporta frente à volatilidade.

Temos um cenário de inflação descontrolada e alta da taxa de juros no mundo todo. No cenário doméstico uma eleição totalmente polarizada e indefinida. A única coisa certa daqui para o final do ano é que teremos mares revoltos no mercado financeiro.
 
Isso posto, se você não tem muita experiência no mercado e não lida bem com incertezas, é melhor ficar de fora. Por outro lado, se você já tem alguma experiência e aceita bem a volatilidade, com certeza vai encontrar boas oportunidades nos próximos meses.

Os investidores mais conservadores enxergam a Bolsa de Valores como um lugar perigoso, onde as chances de perdas são maiores do que as de ganho.
 
Mas se a Bolsa não possibilitasse lucro, não existiriam milionários e grandes empresas operando nela. Só que a Bolsa não é lugar para amadores e muito menos um investimento de longo prazo como pregam alguns “gurus” por aí.

Pelo contrário, é justamente a volatilidade que permite aos investidores mais experientes ganhar muito dinheiro, pois é no curtíssimo prazo que surgem as melhores oportunidades. Trata-se de um investimento estratégico em que o investidor precisa ter conhecimento e sangue frio.
 
Obviamente que, nesse mar tempestuoso há alguns ativos considerados, digamos assim, mais seguros. São papéis de empresas que atuam em setores mais resilientes como grandes bancos e companhias tradicionalmente boas pagadoras de dividendos (elétricas, telecomunicações etc.). São as ações mais recomendadas nesse momento.

As empresas ligadas a commodities também podem ser uma boa aposta, considerando a valorização no mercado internacional que tanto beneficia corporações brasileiras.
 
Em um ambiente em que o valor de uma determinada ação pode subir e descer várias vezes em um dia, só ganha quem sabe interpretar a movimentação do mercado. E é preciso investir muito em conhecimento. Se você não estiver confortável nesse ambiente pouco amistoso, é melhor repousar seu dinheiro nas robustas taxas de juros da renda fixa, até que passe a tempestade que se aproxima.

*Antonio Marcos Samad Júnior é CEO da Axia Investing