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Magazine Luiza (MGLU3): entenda o que está acontecendo com a ação

Nos últimos 12 meses, os papéis desvalorizaram cerca de 81%

- Divulgação
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Às 12h40 desta segunda-feira (30), os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) caíam 4,50%, cotados a R$ 3,82. Nos últimos 12 meses, os papéis desvalorizaram cerca de 81%. Mas o que provocou essa trajetória em um dos cases mais famosos da bolsa brasileira?

O analista Rafael Ragazi, da Nord, atribui a queda do ativo a um combo que junta situação fiscal frágil, mais efeitos da Covid-19 na economia, incertezas em relação às eleições, além da expectativa para a inflação e, consequentemente, para os juros brasileiros, que já não era positiva. Depois do conflito entre Rússia e Ucrânia, a situação ficou ainda mais complicada.

Além disso, Ragazi pontua outros aspectos intrínsecos ao negócio, como o elevado nível de competição no varejo generalista brasileiro, principalmente no online, processo intensificado com a entrada no mercado das companhias asiáticas Shopee, AliExpress e Shein.

Números

No 1º trimestre de 2022, a loja da empresária Luiza Trajano reportou um prejuízo líquido de R$ 161 milhões, contra lucro de R$ 258 milhões no mesmo período do ano passado.

Embora a companhia tenha reportado números melhores do que os esperados pelo mercado, a empresa vem perdendo fôlego na Bolsa.

Principais riscos

Segundo Ragazi, o Magalu está valendo R$ 27,5 bilhões na bolsa atualmente, o que representa 241x seu lucro ajustado. Isso pode parecer muito, mas é preciso levar em consideração que a margem de lucro da empresa está extremamente comprimida.

"Para se ter uma ideia, em 2021, a margem líquida foi de apenas 0,32%. Como referência, em 2019, antes do cenário começar a virar, a companhia entregou uma rentabilidade líquida de 2,54%. Com a receita atual e a margem de 2019, o lucro da companhia já seria de R$ 900 milhões. Multiplicando sua receita por 2x, avaliamos que o Magalu seria capaz de entregar R$ 1,8 bilhão de lucro, o que a faria negociar com um múltiplo de Preço/Lucro de 15x (média histórica da nossa bolsa)".

Para o analista, dado tudo que a empresa tem feito em relação ao seu planejamento estratégico, pensando no longo prazo, daqui a 5-10 anos, o crescimento esperado implícito nos múltiplos atuais da empresa não é algo tão fora da realidade  assim.

Contudo, por enquanto, em sua opinião, faz mais sentido esperar por sinalizações concretas de mudança desse cenário antes de montar uma posição na empresa, mesmo que às custas de abrir mão de parte do movimento inicial de alta quando o humor do mercado em relação ao Magalu mudar.

"À medida que o preço da ação cai, consideramos que essa empresa espetacular vai se tornando uma oportunidade de investimento cada vez mais interessante. Porém, essa oportunidade pode ficar ainda mais interessante se o cenário atual for mantido". Assim, a recomendação da Nord é: fique de fora de MGLU3".