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Ethereum (ETH): o que pode acontecer com o ecossistema antes do "The Merge"?

Analista destaca que, caso essa testnet aconteça sem grandes problemas, isso significa que temos um bom indicativo de prazo para o projeto

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Às 16:14 de quarta-feira (8), o Ethereum (ETH) caía 1,35%, ao preço de US$ 1.787,53 cada, respectivamente.

Nas próximas horas, a equipe de desenvolvedores da Ethereum Foundation, junto aos desenvolvedores dos times de clientes, que são os softwares responsáveis por rodar a Ethereum, vai realizar nas próximas horas o Merge na Ropsten, uma das testnets mais antigas do ecossistema.

No dia 31 de maio, foi realizada a primeira fase do processo durante o lançamento da Ropsten Beacon Chain, blockchain baseada em Proof of Stake que servirá de base para o The Merge com a Ropsten servindo como camada de execução.

Para Carlos Henrique de Freitas, analista da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos, esse teste é crucial para definir quais serão as próximas etapas e até prazos para a Ethereum 2.0.

“É uma simulação bem fiel do que possivelmente veremos no The Merge na Mainnet. Caso sejam encontrados problemas de sincronia ou algo do tipo em algum client, as equipes terão tempo de trabalhar para os próximos testes que devem acontecer entre junho e julho”, aponta.

Recentemente, o desenvolvedor do Ethereum Tim Beiko, apontou que as principais especificações do The Merge já estão prontas, com ajustes sendo feitos a cada um dos testes.

Carlos Henrique destaca que caso essa testnet aconteça sem grandes problemas, isso significa que temos um bom indicativo de prazo para o projeto.

“Se considerarmos um teste bem sucedido, é plausível imaginar um cenário mais otimista de entregas. Em linhas gerais, não é um grande problema se acontecer algo de errado, estamos no primeiro dos três testes, mas o mercado pode interpretar de maneira negativa”, ressalta o analista.

Qual é o histórico de testes?

No final do ano passado, foi realizado o testnet Kintsugi, que simulou a Ethereum no cenário já pós-merge. Naquele momento, algumas aplicações puderam testar operações consideradas essenciais para que as equipes ajustassem as especificações finais da plataforma.

Já em março deste ano tivemos a Kiln testnet, crucial para a finalização das especificações finais do The Merge. Foi possível testar o Merge entre uma rede similar a Beacon Chain e uma camada de execução, porém em ambiente fechado.

“O resultado em ambiente fechado foi positivo. Mesmo com o registro de alguns problemas de sincronia em clients menores, a rede se comportou de maneira saudável. A ideia da equipe agora é simular algo parecido em ambiente aberto, as testnet públicas, para onde estamos caminhando”, diz o analista.

Quanto às expectativas, Carlos aponta que com o The Merge, a rede da Ethereum passa a se comportar baseada no algoritmo de consenso em Proof of Stake, fazendo com que haja uma melhora na eficiência energética, no alinhamento do token holder, nas aplicações e no validador, na redução das barreiras de hardware, nos riscos de centralização, bem como na pressão de venda de tokens e implementação de mecanismos de slashing.

O analista destaca que um dos pontos mais esperados pela plataforma é a redução da emissão em cerca de 90%, conhecido como triple halving.

“Com isso teremos um token que será menos emitido e que já apresenta uma dinâmica de demanda que, segundo projeções, fará com que ele se torne deflacionário”.

Outra questão importante pontuada por Carlos Henrique é que depois do The Merge, todo capital que se encontra na Beacon Chain continuará travado até o Shanghai Fork, primeiro Hard Fork que será feito depois do The Merge.

“Continuaremos em um cenário em que o capital permanecerá sendo depositado na Beacon Chain. Com isso, existe a possibilidade de o retorno dos validadores aumentar logo após o Merge, uma vez que eles irão ganhar parte das taxas da rede, o que não acontece hoje”, destaca.