Às 16:20 desta segunda-feira (20), as ações de Weg (WEGE3) subiam 5,56%, ao preço de R$ 24,10. Na sessão, o pico de valorização foi 6,75%, às 13:20, ao preço de R$ 24,37.
O movimento sucede a divulgação de um relatório do BTG Pactual sobre as estimativas para a empresa.
Embora cubra os papéis da companhia há anos, o banco nunca classificou as ações com recomendação de compra. Agora, analistas explicam que a crescente aversão ao risco em ações globais força investidores a buscar empresas defensivas em todo o mundo.
O mesmo acontece com a Weg (WEGE3). De acordo com o relatório, o mercado global vai continuar em queda, os níveis atuais de valuation da Weg (P/L em 2023 de 21,9x) e um modelo de negócios à prova de crise (ROIC histórico de 5 anos > 20%) dão suporte a revisão.
Com isso, a recomendação de compra foi acompanhada de uma nova projeção de R$ 40,00 para a ação ao fim deste ano – o que implica em um potencial de 75%.
O BTG afirma que o modelo de negócios da Weg traz:
(i) um ciclo perene de evolução dos produtos, verticalização da produção e aumento da competitividade;
(ii) flexibilidade do produto, pois os motores elétricos são aplicados em muitos processos industriais, e o sistema industrial da Weg minimiza a necessidade de capital;
(iii) a customização de fabricação dá à empresa exposição a diversas tendências duradouras do setor, como eficiência energética e mobilidade elétrica, e reforça seu comprometimento no tema ESG.
Outras evidências corroboram a manutenção de crescimento e margens saudáveis, de acordo com o BTG:
(i) início de operações em outras regiões promissoras (por exemplo, Índia e Turquia) deve sustentar o crescimento contínuo no mercado externo; e
(ii) melhor utilização das plantas industriais (taxa de ocupação superior aos volumes pré-pandemia).
A principal razão para a antiga classificação neutra foi o prêmio exagerado da Weg em relação aos pares globais, diz o banco.
Depois de cair 28% no acumulado do ano, esse prêmio diminuiu para o mínimo do histórico de 5 anos, o que oferece um bom ponto de entrada.
“Quando pensamos em uma empresa para comprar e manter no longo prazo, independentemente do preço, geralmente pensamos na Weg – uma visão geralmente ofuscada por um valuation rico. Hoje, o valuation não é mais um problema para nós”, diz o BTG.
Os riscos de queda incluem:
(1) volatilidade significativa dos preços das commodities, que pode comprometer as margens até atingir o repasse total;
(2) escassez de equipe técnica e gerencial que atrasaria a expansão internacional; e
(3) uma deterioração contínua da produção industrial global, que leva a um cenário competitivo mais difícil.
Os riscos positivos incluem:
(1) um aumento mais rápido dos investimentos em instalações de produção, o que gera margens mais altas;
(2) ganhos significativos de participação de mercado, que compensam um cenário de crescimento global mais tímido; e
(3) expansão internacional contínua, seja por meio de acordos locais e de fusões e aquisições seletivas.