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CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3): vale a pena investir nas ações?

Dados chineses ainda estão mistos à medida que saímos de um período sazonalmente fraco para a produção de minério de ferro, diz o Bradesco BBI

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Na última semana, os preços do minério de ferro continuaram sustentados em torno de US$ 100 por tonelada, mesmo com a demanda ainda fraca e margens baixas entre as siderúrgicas chinesas.

A China continua a implementar medidas de estímulo econômico, e anunciou na semana passada mais US$ 146 bilhões em financiamentos focados em gastos com infraestrutura, o que deve fornecer algum suporte à economia no curto prazo.

Ao mesmo tempo, o país mantém sua política de Covid-zero e implementa algumas medidas restritivas, com o aumento dos testes em massa em áreas ao redor de Pequim, embora os casos em todo o país já sejam menores (1.556 no domingo contra mais de 3.000/dia algumas semanas atrás).

Tangshan, um importante centro siderúrgico, pretende reduzir a produção de aço bruto em quase 8,3 milhões de toneladas em 2022, para 122,8 milhões de toneladas (contra 131,1 milhões de toneladas em 2021).

Entre janeiro e julho, Tangshan produziu 74,69 milhões de toneladas de aço bruto no total (crescimento de 0,7% no acumulado do ano), com produção diária em 352,3 mil toneladas em média, o que implica que a produção de aço bruto de Tangshan deve ser inferior a 314,7 mil toneladas para o restante de 2022.

Em material, o Bradesco BBI observa que Tangshan responde por aproximadamente 13% da produção total de aço bruto da China (que atingiu 1,03 bilhão de toneladas em 2021 e 606 milhões de toneladas entre janeiro e julho de 2022, uma queda de 6% no acumulado do ano).

Ou seja, de acordo com os analistas, se a China quiser manter a produção estável em relação ao ano anterior, a produção mensal teria que ser quase 4% maior nos últimos 5 meses do ano em relação aos níveis deprimidos de julho.

Se a China reduzir a produção de aço em 3% em 2022, a produção mensal teria que ser quase 3% menor nos últimos 5 meses do ano em relação aos níveis de julho.

Neste cenário, os preços do aço doméstico chinês caíram na semana passada e a Platts avaliou margens negativas para as chapas em US$ 35/tonelada, contra uma perda de US$ 39 na semana passada, enquanto entre os vergalhões a margem foi positiva em US$ 6/tonelada, contra um ganho de US$ 7 na semana passada.

A utilização dos altos-fornos chineses cresceu 1,4 pp na semana, com 85,3% da capacidade, já que algumas siderúrgicas retomaram as operações antes de um período de demanda sazonalmente mais forte entre setembro e outubro.

O volume negociado médio de aço para construção ficou em 152 mil toneladas diárias, um avanço de 10% na semana e 2% maior em relação há duas semanas, uma vez que a melhora no sentimento do mercado aumentou a demanda do usuário final.

Finalmente, o Bradesco BBI destaca que os estoques chineses de aço acabado, mantidos por traders ou usinas, caíram 0,9% na semana (ou 200 mil toneladas), e marcam agora um recuo mensal de 9% (2,2 milhões de toneladas) e anual de 19% (5,5 milhões de toneladas).

Enquanto isso, os estoques portuários de minério de ferro na China cresceram 1,2 milhão de toneladas na última semana, para ao redor de 140 milhões de toneladas (ainda 21 milhões menor em relação às máximas de 2022).

Os estoques de minério de ferro importado em poder das siderúrgicas estão em dezenove dias de consumo, bem abaixo da média histórica de vinte e sete dias.

Apesar de dados mistos, no geral, o Bradesco BBI crê que os fundamentos sugerem um melhor ambiente para os negócios daqui em diante e, portanto, mantém a recomendação de compra para as ações de CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3).