O que influencia o dia

Combustíveis, orçamento, PIB do Brasil no 2º tri e mais: as principais notícias de hoje (1)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentarão os ambientes de negócios na cena local e internacionalmente nesta quinta-feira (1)

Jair Bolsonaro - Presidência da República
Jair Bolsonaro - Presidência da República

Nesta quinta-feira (1), investidores em todo o mundo estão de olho nos dados econômicos da China, de novas sinalizações para as taxas de juros dos EUA e pedidos semanais de seguro-desemprego no País.

Na Europa, foram divulgados índices sobre fabricação no Reino Unido e na Zona do Euro.

No Brasil, a Petrobras retorna ao radar após o presidente Jair Bolsonaro (PL) antecipar queda dos preços de combustíveis.

O orçamento do ano que vem, a divulgação do PIB do segundo trimestre, o novo levantamento do Instituto Datafolha sobre as eleições presidenciais e os sinais de pacificação entre o TSE e o Ministério da Defesa são observados. 

Vamos às principais notícias:

Brasil

Ibovespa e dólar na quarta-feira (31)

As dúvidas sobre o aumento de juros em economias avançadas voltaram a pesar sobre o mercado financeiro. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (31) vendido a R$ 5,202, com alta de R$ 0,088 (+1,73%). O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.523 pontos, com recuo de 0,82%. 

Desde ontem, o mercado financeiro global sofreu uma reversão de expectativas, após a divulgação de que a criação de empregos nos Estados Unidos subiu em julho. O bom desempenho do mercado de trabalho aumenta as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) eleve os juros novamente em 0,75 ponto percentual em setembro.

(Agência Brasil e Reuters)

Orçamento

A alta da inflação nos últimos meses fez o governo elevar a previsão para o salário mínimo no próximo ano. O projeto da Lei Orçamentária de 2023, enviado na quarta-feira (31) ao Congresso Nacional, prevê mínimo de R$ 1.302, R$ 8 mais alto que o valor de R$ 1.294 aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Esse vai ser o quarto ano seguido sem reajuste real. A Constituição determina a manutenção do poder de compra do salário mínimo. Tradicionalmente, a equipe econômica usa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano atual para corrigir o salário mínimo do Orçamento seguinte.

Uma leve revisão para cima das estimativas de arrecadação no próximo ano fez a equipe econômica diminuir a estimativa de déficit primário para o ano que vem. A meta de resultado negativo corresponde a R$ 63,7 bilhões para o Governo Central – composto pelo Tesouro Nacional, pela Previdência Social e pelo Banco Central.

Isso porque o projeto enviado hoje ao Congresso considera o Auxílio Brasil mínimo de R$ 400. A eventual manutenção do benefício mínimo em R$ 600, valor pago neste semestre, requer que o Congresso Nacional aprove proposta de emenda à Constituição.

O projeto calcula em R$ 1,8 trilhão o limite do teto de gastos para o próximo ano. O Poder Executivo pode gastar R$ 1,722 trilhão, com os demais Poderes limitados a R$ 77,866 bilhões.

A proposta para o Orçamento de 2023 prevê que a insuficiência da regra de ouro – espécie de teto para a dívida pública – totaliza R$ 89,2 bilhões no próximo ano. 

Prevê ainda R$ 80,2 bilhões em reduções de impostos e em incentivos fiscais para o próximo ano. A maior parte do impacto no Orçamento corresponde ao prolongamento da desoneração de tributos sobre combustíveis, que traz queda de R$ 52,9 bilhões na arrecadação.

Desse total de R$ 52,9 bilhões, R$ 34,3 bilhões correspondem à prorrogação da redução do Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, o etanol e o gás natural veicular (GNV).

O prolongamento da diminuição de PIS/Cofins do diesel, do gás de cozinha e do querosene de aviação custa R$ 18,6 bilhões.

Também estão previstos incentivos fiscais para setores específicos da economia, que farão o governo deixar de arrecadar R$ 17,2 bilhões no próximo ano.

As principais são a redução das alíquotas do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que custa R$ 2,4 bilhões; o novo decreto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo da Zona Franca de Manaus, com impacto de R$ 1,7 bilhão; e a redução da Cide para remessas ao exterior, com valor de R$ 1,5 bilhão.

Eleições 2022

Pesquisas – Datafolha divulga nesta quinta-feira (1) nova rodada de pesquisas sobre intenções de voto para a campanha presidencial.

Petrobras (PETR3)(PETR4)

O mercado repercute mais uma possível queda dos combustíveis, antecipada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante passagem por Curitiba, ontem à noite. “Eu acho que até sexta-feira (2) vai ter uma boa notícia da Petrobras.”

Em entrevista ao SBT, o presidente associou a “boa notícia” à “prática do novo presidente” da companhia.

TSE

Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e das Forças Armadas deverão elaborar um projeto piloto para que o teste de integridade da urna eletrônica, realizado no dia de votação, ocorra usando a biometria de eleitores reais, informou a Corte Eleitoral.

Não foi divulgada a previsão de duração dos trabalhos.

O acordo foi divulgado pelo TSE após o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, receber em seu gabinete o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na manhã de quarta-feira (31). 

Brasil-China

Em 2021, as empresas chinesas investiram US$ 5,9 bilhões no Brasil.

Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China, a cifra foi a maior registrada desde 2017 e 208% superior à registrada em 2020, quando os negócios globais e as aplicações chinesas em particular foram afetadas pelas consequências da pandemia da covid-19.

Créditos tributários à cadeia de combustíveis

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (31) a Medida Provisória 1.118/22, que restringe, até 31 de dezembro de 2022, a utilização de créditos tributários decorrentes de contribuições sociais (PIS/Pasep e Cofins) a produtores e revendedores de combustíveis. O texto segue agora para análise do Senado.

Simples Nacional

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (31) a proposta que aumenta o teto de enquadramento do Simples Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI).

Os novos valores levam em conta a inflação oficial (IPCA) acumulada desde dezembro de 2006 até março de 2022.

A proposta também permite a contratação de até dois empregados pelo MEI. Atualmente, a permissão é para apenas um. De acordo com o texto aprovado, os limites de faturamento anual passam a ser os seguintes:

– para o MEI, passa dos atuais R$ 81 mil para R$ 144.913,41;

– para microempresa, salta de R$ 360 mil para R$ 869.480,43; e

– para empresa de pequeno porte, sobe de R$ 4,8 milhões para R$ 8.694.804,31.

Os novos valores deverão vigorar a partir de 2023 e serão atualizados anualmente pela inflação. O projeto ainda precisa ser analisado pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Indicadores Econômicos

Investidores digerem a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que cresceu 1,2% no segundo trimestre. 

Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,2%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho de 2022, o PIB cresceu 2,6%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No ano, o PIB acumula alta de 2,5%.

Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2022 totalizou R$ 2,4 trilhões.

E esperam ainda a divulgação do PMI da indústria e dados da balança comercial.

IPC-S – O IPC-S, do Ibre-FGV, da quarta quadrissemana de agosto de 2022 caiu 0,57% e acumula alta de 6,62% nos últimos 12 meses.

Varíola dos macacos

Subiu para 5.037 o número de casos confirmados de varíola dos macacos (ou monkeypox) no Brasil, o terceiro em número de infecções no mundo. O país também registra duas mortes: uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro.

Os dados constam no último boletim do Ministério da Saúde, divulgado na noite de quarta-feira (31).

(O Globo)

Covid-19: Brasil

As secretarias estaduais e municipais de Saúde registraram 15.842 novos casos de covid-19 em 24 horas em todo o país. De acordo com os órgãos, foram confirmadas também 114 mortes por complicações associadas à doença de ontem para hoje. 

Os dados estão na atualização do Ministério da Saúde, divulgada nesta quarta-feira (31), com exeção do estado de Mato Grosso do Sul, que não enviou as informações. Com as novas informações, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus durante pandemia já soma 34.429.853.

Com os números de hoje, o total de óbitos alcançou 683.965, desde o início da pandemia. Ainda há 3.172 mortes em investigação.

Vacinação – Até quarta-feira, o Ministério da Saúde apontava que 476.305.517 doses de vacinas contra covid-19 foram aplicadas no país, desde o início da campanha de imunização.

Os dados são os mesmos do dia anterior e não haviam sido atualizados até a publicação desta matéria.

Destas aplicações totais de vacina, 179,1 milhões são primeira dose, 160,3 milhões são segunda e 4,9 milhões são dose única.

A dose de reforço foi aplicada em mais de 106,4 milhões de pessoas e a segunda dose extra ou quarta dose, em pouco mais de 20,4 milhões.

O painel registra ainda 4,8 milhões de doses como adicionais, que são aquelas aplicadas em quem tinha recebido o imunizante da Janssen, de dose única.

(Agência Brasil)

EUA

A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse ainda ser muito cedo para avaliar se a inflação nos EUA atingiu o pico.

A representante ressaltou que a autoridade monetária ainda possui trabalho para controlar os preços ao longo dos próximos meses e estima que as taxas de juros subam mais de 4%. Ela espera que as taxas de juros subam acima de 4% antes do início de um recuo.

(O Estado de S.Paulo)

Nos EUA, foram divulgados os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal.

Os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA vieram abaixo da previsão de  248 mil benefícios dos economistas do mercado e do número revisado da semana anterior, segundo dados do Departamento de Trabalho publicados nesta quinta-feira, 01.

Foram solicitados 232 mil benefícios, contra 237 mil revisados da semana passada. 

O número de solicitações contínuas veio em linha com a de 1,438 milhão, com 1,438 milhão de benefícios solicitados. O resultado, porém, veio acima do número revisado da semana passada de 1,412 milhão.

(Investing.com Brasil)

Ásia

Os índices regionais de gerentes de compras da ChinaCoreia do Sul e Japão apontaram para desaceleração da atividade econômica global, uma vez que a inflação, o aumento das taxas de juros e a guerra na Ucrânia exerceram grande impacto.

Embora a inflação na China seja modesta e as taxas de juros do país continuem em queda, os casos de Covid-19 e uma crise imobiliária ameaçam a recuperação econômica.

A China enfrenta ainda sua pior onda de calor em seis décadas, que levou a racionamentos de energia e prejudicou a manufatura.

Chengdu, município chinês que concentra 16 milhões de habitantes, anunciou um novo lockdown.

(Reuters)

Europa

Alemanha – As vendas no varejo do país subiram 1,9% em julho.

Reino Unido – O PMI de fabricação atingiu 47,3, contra consenso de 46,0 – o pior mês para o indicador desde maio de 2020.

Zona do Euro – O PMI de fabricação recuou para 49,6 em agosto, de 49,8 em julho.

(O Estado de S.Paulo)

Consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia

Uma missão da inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está a caminho da usina de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, ocupada pelas tropas russas.

O comboio, de quase 20 veículos, metade dos quais com a inscrição "UN" (Nações Unidas), e uma ambulância, se estabeleceu na cidade de Zaporizhzhia na tarde desta quarta-feira, segundo jornalistas da AFP no local.

(g1)

Commodities

Minério de ferro – Os preços do minério de ferro retomaram fôlego na quarta-feira (31) no mercado transoceânico e voltaram ao nível de US$ 100 por tonelada, a despeito das incertezas quanto à demanda chinesa.

No norte da China, o minério com teor de 62% de ferro avançou 3,4%, para US$ 100,95 por tonelada, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights.

Com o resultado de hoje, a commodity encerrou agosto com perda acumulada de 11,5%.

Petróleo – Os contratos futuros do petróleo fecharam o mês de agosto em forte queda, em meio aos temores sobre a demanda pela commodity. O contrato para outubro do Brent, a referência global, caiu 12%, de US$ 110 para US$ 97 o barril, enquanto o WTI, também de outubro, recuou 10%, de US$ 99 para US$ 89 o barril.

(Valor)

Criptomoedas

Por volta das 8:00 desta quinta-feira (1), o Bitcoin (BTC) recuava 1,5%, ao preço de US$ 20.028,68.

*Matéria atualizada às 9:44, com dados do PIB do Brasil no segundo trimestre, pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA e vendas do varejo na Alemanha.