Criptomoedas

The Merge chega à Ethereum (ETH) na quinta-feira (15). Quais serão os principais impactos na rede?

Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, aponta que a atualização figura como o mais importante evento do mercado cripto e explica quais os possíveis desdobramentos

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O maior e mais aguardado evento do mercado de criptoativos, o The Merge, vai ocorrer nesta semana, no dia 15 de setembro. A atualização promete mudar de forma significativa o maior ecossistema cripto da atualidade.

Em suma, a operação proporciona a migração da Ethereum de seu consenso original em Proof-of-Work para um novo consenso baseado em Proof-of-Stake. 

De acordo com o Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, holding de inteligência em criptomoedas, a operação provavelmente vai ser o ápice e o momento mais crítico do plano de escalabilidade da Ethereum, que não só apenas está posicionada como a segunda blockchain mais valiosa, como também figura, de longe, o posto de maior plataforma de contratos inteligentes do mundo.

“É importante destacar que esse é um evento conhecido e por muito tempo passou por uma série de testnets e está sendo validado desde de dezembro de 2020. Então temos uma expectativa muito positiva em relação ao seu sucesso”, diz.

Como principais consequências, Telles destaca que há um impacto de eficiência energética da atualização.

Consoante a estudos da Ethereum Foundation, essa mudança deve reduzir o consumo energético da rede em 99,5%, o que pode ter um impacto significativo na diminuição da pressão de venda do ativo por parte dos validadores, que possuem um custo menor no Proof of Stake quando comparado ao Proof of Work.

“Ao invés de ter custo de energia elétrica, a pessoa terá o custo de travar uma quantidade de capital para poder fazer a operação, além de outros gastos relacionados a softwares e hardwares, mas bem inferiores ao que ocorre no processo”, ressalta Orlando.

Outro ponto importante da atualização, segundo o executivo, se trata da melhora significativa dos tokenomics do projeto, nome utilizado para se referir a como o token captura valor.

No caso da Ethereum, com as mudanças previstas, as taxas que antes eram destinadas aos mineradores que validavam as transações, serão, agora, destinadas aos validadores que colocarem o ether em staking, ou seja, travada para validações.

Com isso, Orlando Telles explica que a rentabilidade para quem tiver o ether travado tende a subir de 4% para algo em torno de 6%, mas em momentos de alta atividade de mercado, pode chegar até 10% ao ano.

Para o diretor de research, esse seria um dos pontos que acredita que deve ter um impacto positivo.

No ponto de vista da movimentação do token, em relação a precificação, Orlando destaca que observou nas últimas semanas uma ampla antecipação por parte dos investidores institucionais do evento, e ocorreu um aumento significativo do volume do mercado de derivativos da rede da Ethereum, o que pode vir a ser negativo.

“A atualização não vai ter um impacto tão forte no token do projeto no curto prazo pelas baixas taxas da rede, que após o The Merge, irão afetar diretamente o valor de rentabilidade de staking que a rede irá pagar”.

A próxima etapa das grandes atualizações de Ethereum se trata de The Surge, previsto para 2023 e que deve durar em torno de um ano e está focada na escalabilidade do ativo, em rollups e no modelo de sharding.

Com informações de Seven PR.