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Ambev (ABEV3): exclusividade limitada por CADE dispõe terreno para Heineken, segundo Morgan Stanley

Analistas esperam volatilidade para as ações no curto prazo

Ambev - Ambev/Divulgação
Ambev - Ambev/Divulgação

A Ambev (ABEV3) não pode fechar novos contratos de exclusividade para venda de cerveja em bares, restaurantes e casas de show até o fim da Copa do Mundo, conforme decisão liminar do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

A empresa afirmou ter recebido “com total surpresa” a decisão e disse que vai tomar “as medidas cabíveis”.

Embora esta pareça ser uma história em desenvolvimento, ela claramente tem efeitos negativos implicações potenciais para a Ambev, de acordo com o Morgan Stanley. Analistas esperam volatilidade para as ações no curto prazo. 

Os papéis caíam 2,36%, ao preço de R$ 15,30 por ação, por volta das 12:00 desta sexta-feira (23).

O canal on-premise (ou seja, bares e restaurantes) desponta como o mais lucrativo para a cerveja no Brasil, e sem dúvida o mais relevante para a Ambev (historicamente, representao cerca de 55% de sua receita).

Com base nas verificações de canal, o Morgan Stanley acredita que a empresa tem historicamente uma posição dominante.

Analistas destacam que, no passado, uma de suas principais preocupações para a Ambev foi o fato de que seu maior concorrente local (HEIN), desde o final de 2021, mudou sua distribuição em acordo com o sistema Coca-Cola no Brasil para trazer a distribuição de suas marcas emblemáticas à sua própria rota para o mercado.

Embora isso não seja novo, o Morgan Stanley argumenta que, no passado, essa mudança pôde fazer com que as principais marcas da HEIN (Heineken e Amstel) se tornassem mais relevantes, e as bebidas conquistaram participação no mercado.

Com esse pano de fundo em mente, a decisão desta sexta-feira (23) poderia, pelo menos em parte, apoiar a tese de que a HEIN pode ganhar algum terreno.

Eles mantêm recomendação underweight (UW), com preço-alvo de R$ 12,50.