As ações da Cielo (CIEL3) já saltaram 173,06% neste ano, um movimento arrefecido pela queda de 0,50% dos papéis nesta quarta-feira (19), a R$ 5,98, às 13:49.
Eduardo Nishio e Bruno Bandiera, analistas da Genial Investimentos, esperam que o terceiro trimestre seja de melhoras para a companhia.
Na avaliação deles, a guerra entre adquirentes continua mais pacífica com aumento de preços e volumes robustos, e um crescimento em dois dígitos.
Com isso, projetam um lucro de R$ 424 milhões no terceiro trimestre para a Cielo, com bom crescimento de 10,5% T/T e 100,4% A/A.
As estimativas da corretora estão 17,0% acima do consenso do mercado. Para 2022, esperam que a empresa entregue um lucro de R$ 1,478 bilhão (contábil recorrente), com um belo crescimento de 78,3% A/A.
Os analistas mencionam que, a longo prazo, ainda não foi possível uma visibilidade de um cenário mais construtivo. Depois de intensa competição e compressão dos preços por muitos anos, acreditam que a indústria tenha culminado na maior baixa de preços e rentabilidade em meados de 2021.
Com a rápida alta da Selic, todos adquirentes tiveram suas margens comprimidas devido a alta de funding combinada com preços deprimidos.
Além disso, relembram que a falha em rentabilizar as carteiras de crédito dos lojistas (crédito fumaça lastreados nos recebíveis) atrapalhou muitos novos entrantes.
Mas eventualmente, a Selic vai cair, as novas entrantes aprenderão a dar crédito de forma mais rentável e provavelmente a competição deve voltar.
Para o ano de 2023, aguardam um lucro de R$ 1,729 bilhão, um crescimento de 17,1% a/a sobre bases recorrentes, que sugere um valuation de 9,02 x P/L 23E (sobre o lucro contábil).
Em termos de P/L, o múltiplo não parece caro a Genial quando comparados as novas entrantes, apesar de ser acima da mediana histórica.
Apesar disso, continuam com a indicação de MANTER os papéis. Mas, pelo melhor desempenho da empresa, aumentam o preço-alvo (PA) para R$ 6,22, baseado em um modelo de dividendos descontados (DDM), payout de 50% do lucro, com um custo de capital de 15,5% e um crescimento de longo prazo (g) de 7,0% nominal.
O PA implica um valuation de 8,23x P/L 24E (sobre o lucro contábil).