Nesta segunda-feira (31), a Blau (BLAU3) comunicou a proposta de aquisição de 100% do laboratório químico farmacêutico Bergamo, uma subsidiária do Grupo Amgen no Brasil focada no desenvolvimento de Oncologia e medicamentos com carteira de dezenove produtos e receita líquida de R$ 185 milhões em 2021 (valor pendente de auditoria final).
De acordo com o fato relevante, a Blau vai investir US$ 28 milhões em investimentos – o que representa 2,5% do valor de mercado, não ajustado a valor presente, pois o momento do investimento não foi divulgado, que inclui o portfólio de produtos e as equipes de marketing-comercial da Bergamo.
A conclusão da operação está sujeita às aprovações dos órgãos competentes e ao cumprimento de condições precedentes, conforme fato relevante.
À primeira vista, o Goldman Sachs (GS) viu a aquisição como um ponto positivo estratégico, principalmente quando considerado que a empresa reúne a expertise de uma equipe comercial especializada, que provavelmente tinha relacionamento com a comunidade médica.
Do ponto de vista do portfólio de produtos, aguardam mais detalhes sobre a economia e o nível de competitividade que esses medicamentos trariam para a empresa.
Do lado da avaliação, para o contexto, calculam que o negócio proposto representa um múltiplo preliminar de 0,8x EV/vendas com base nos dados da empresa divulgados no fato relevante (quando assumida nenhuma dívida, devido ao tamanho relativamente pequeno e ao caixa disponível e observado que as receitas líquidas de 2021 ainda estão pendentes de auditoria final), o que se compara à negociação da Blau em EV/vendas de 3,6x EV/Vendas YE22 (ou 3,9x em YE21A).
No entanto, a avaliação das sinergias que Blau seria capaz de extrair ainda segue incerta. O preço-alvo para os papéis, em doze meses, segue de R$ 35,00 e a recomendação neutra.