O que influencia o dia

Sinais de Lula e Bolsonaro, ata do Copom, produção industrial e rodovias: as notícias de hoje (1)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentarão os negócios no Brasil e no exterior nesta terça-feira (1)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentarão os negócios no Brasil e no exterior nesta terça-feira (1):

Brasil

Ibovespa e dólar na sessão anterior

O dólar caiu para o menor nível em dez dias, e a bolsa subiu com a entrada de capitais estrangeiros. O dólar comercial encerrou a segunda-feira (31) vendido a R$ 5,166, com recuo de R$ 0,134 (-2,54%).

O dia também foi de euforia no mercado de ações. Após abrir em baixa, o índice Ibovespa, da B3 (B3SA3), fechou aos 116.037 pontos, com alta de 1,31%.

Apesar da queda de ações de empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, o ingresso de fluxo estrangeiro após o resultado das eleições presidenciais, que deram a vitória ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fizeram o Ibovespa subir, com destaque para bancos privados, linhas aéreas e varejistas.

O mercado brasileiro descolou-se do exterior.

Nos Estados Unidos, os três principais índices caíram com o receio de uma recessão global. Também pesaram as expectativas em torno da reunião desta semana do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), que deve elevar os juros básicos norte-americanos em 0,75 ponto percentual.

(Agência Brasil e Reuters)

Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) publicou nesta terça-feira (1) a ata de sua última reunião, finalizada na quarta-feira (26). O colegiado destaca que o ambiente externo mantém-se adverso e volátil, com revisões negativas para o crescimento global.

O aperto das condições financeiras nas principais economias, a continuidade da Guerra na Ucrânia, com suas consequências sobre o fornecimento de energia para a Europa, e a manutenção da política de combate à Covid-19 na China reforçam uma perspectiva de desaceleração do crescimento global nos próximos trimestres.

De acordo com o documento, o ambiente inflacionário segue desafiador. Observa-se uma normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, o que deve levar a uma moderação nas pressões inflacionárias globais ligadas a bens.

Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma inflação corrente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar.

O aumento de gastos de forma permanente e incertezas em 2023 sobre trajetória podem elevar prêmios de risco e expectativa de inflação, afirma o texto. O Comitê reiterou que “há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluído seu efeito sobre a atividade, preços de ativos, grau de incerteza na economia e expectativas de inflação”.

(InfoMoney)

Rodovias bloqueadas e o silêncio incomum

O ministro Alexandre de Moraes, do STF e presidente do TSE, determinou ontem à noite a imediata desobstrução de mais de 300 bloqueios em estradas de vinte e quatro estados e ameaçou de prisão o diretor-geral da PRF por desobediência.

Em sessão extraordinária aberta à meia-noite no plenário virtual do STF, Moraes rapidamente conseguiu o apoio da maioria do Supremo para confirmar sua decisão. Em menos de 20 minutos, seis ministros referendaram a liminar.

Na noite de ontem, protestos na Rodovia Hélio Smidt (SP) já cancelaram alguns voos no Aeroporto de Guarulhos.

O silêncio de Jair Bolsonaro (PL) sobre sua derrota eleitoral alimentou especulações de caminhoneiros amotinados, que esperam por uma “intervenção militar”.

Ministros e aliados tentaram, sem sucesso, convencer o presidente a reconhecer a derrota e, mais do que isso, já negociam com o PT a transição de governo, cuja equipe vai ser anunciada hoje.

De resto, a eleição de Lula foi consolidada pelo amplo reconhecimento internacional, lideranças políticas e foi muito bem absorvida no mercado. 

(Bom Dia Mercado)

Diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, vai ser investigado criminalmente por sua conduta durante as eleições de 2022. Veja mais detalhes aqui.

Reunião de Bolsonaro com ministros do STF – Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou ministros do STF para uma reunião com a alegação de que se pronunciaria à Nação após conversar com os magistrados.

A divulgação do encontro entre o presidente Jair Bolsonaro irritou os magistrados. Depois que o Poder360 publicou a informação, isso precipitou o cancelamento.

Estavam pré-confirmados no encontro, pelo menos, a presidente do STF, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux. Veja mais informações aqui.

Pronunciamento após derrota

Em pronunciamento à imprensa, Jair Bolsonaro afirmou que a condução do processo eleitoral foi injusta e disse que as manifestações são frutos dos sentimentos de uma parte da população, que se mostra injustiçada e disse que não podem ser utilizados os métodos de esquerda, ao que atribui o cerceamento do direito de ir e vir – ou seja, o bloqueio das rodovias e em defesa dos protestos pacíficos.

Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, afirmou que, com base na lei, vai iniciar o processo de transição. O Planalto aguarda a formalização do pedido por parte do PT.

Os sinais da transição e a formação da equipe ministerial

Pragmático por excelência, o mercado ajustou posições e se coloca à espera do que realmente interessa a partir de agora, a formação do novo governo que assume em 1º de janeiro e os nomes do ministério, em especial, para a Fazenda.

Nos bastidores, as apostas mais prováveis são de que o presidente eleito repita a fórmula Palocci (de 2002), e nomeie um político com bom trânsito no Congresso Nacional, cercado por uma equipe técnica que pode reunir economistas de várias tendências.

O mercado acredita no que Lula disse em seu discurso da vitória, de que vai precisar de todas as forças que o apoiaram na eleição, o que significa que seu governo não vai ter uma cara do PT, mas representativo de uma frente ampla.

As informações devem começar a chegar a partir de hoje, com a instalação da equipe de transição, após compromisso do atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), de colaborar com os trabalhos. Ou seja, as coisas andam, apesar do abatimento de Bolsonaro. Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, foi o nome escolhido para comandar o processo (14:00).

Lula também vai à COP 27, no Egito, este mês. O presidente vai acompanhado da ex-ministra Marina Silva (Rede). 

Na segunda-feira (31), o PT já despachou o ex-governador do Piauí, Wellington Dias, para se reunir com o relator do Orçamento de 2023, que vai precisar de alterações para acomodar o Bolsa-Família de R$ 600 e mais R$ 150 para crianças de até seis anos, além de outros compromissos.

Considerar as promessas de campanha e refazer o Orçamento tornou-se o foco inicial da agenda econômica, que depende da definição e do tamanho de um waiver até a aprovação de uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos.

No mercado financeiro, a tese seria de que essa “licença para gastar” não ultrapasse os R$ 100 bilhões em 2023 (1% do PIB), mas tudo depende de como as propostas forem apresentadas e do perfil do novo ministro da Fazenda.

Segundo apurou o Estadão, medidas como a isenção do IRPF para até R$ 5 mil e a recuperação do salário mínimo e do salário dos servidores não serão imediatamente implantadas, mas devem demorar quatro anos para serem atingidas.

A política fiscal desponta como a grande preocupação, definida de forma muito genérica pela Carta divulgada por Lula na véspera da eleição, com a defesa de “regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com a emergência social”.

Na Coluna do Estadão, integrantes do PT no Congresso Nacional cogitam a possibilidade de deixar só para 2023 a mudança no teto de gastos, que necessita de uma PEC e da articulação política, já com Lula sentado na cadeira do Planalto.

Neste caso, uma das opções seria editar uma MP com a declaração de emergência para furar o teto e manter o auxílio de R$ 600.

Os nomes do economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do banco Fator, para o BNDES, e o do senador Jean-Paul Prates (PT-RN) para a Petrobras circularam nos bastidores, segundo apurou a jornalista Adriana Fernandes. Para a Fazenda, três nomes do PT são cogitados: Rui Costa, Alexandre Padilha e Wellington Dias.

Economistas que apoiaram o PT no segundo turno, como Henrique Meirelles, Pérsio Arida e Armínio Fraga, são citados para o Planejamento. Felipe Salto passou a ser cotado para o Tesouro, e Bernard Appy para tocar a reforma tributária.

Henrique Meirelles assinou um memorando de entendimentos com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o braço digital de serviços financeiros Accredito SCD. A ACSP não informou qual cargo Meirelles vai ter na instituição, mas que seria "um papel relevante no projeto de expansão dessa instituição financeira", segundo comunicado à imprensa.

Existem especulações ainda de que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), possa ir para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

(Bom Dia Mercado) (Reuters) (GloboNews)

Combustíveis

O preço médio do litro da gasolina vendido nos postos do país subiu pela terceira semana consecutiva, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta segunda-feira (31).

O preço médio do litro avançou de R$ 4,88 para R$ 4,91 na semana de 23 a 29 de outubro, uma alta de 0,6%. De acordo com o novo levantamento da ANP, o valor máximo do combustível encontrado nos postos foi de R$ 7,34. 

(g1)

Indicadores Econômicos

Produção industrial – A produção industrial recuou 0,7% na passagem de agosto para setembro, segunda taxa negativa consecutiva, acumulando queda de 1,4% no período, com redução em 21 dos 26 ramos industriais pesquisados.

Com esses resultados, o setor encontra-se 2,4% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Em relação a setembro de 2021, a indústria assinalou avanço de 0,4%. No índice acumulado no ano (janeiro-setembro de 2022), houve queda de 1,1% e, nos últimos 12 meses, de 2,3%.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

IPC-S – A inflação pelo IPC-S subiu 0,69% na quarta quadrissemana de outubro, apontou o FGV. O indicador acumula alta de 5,05% nos últimos doze meses. Nesta apuração, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação.

ICE – O Índice de Confiança Empresarial (ICE), do FGV-IBRE, caiu para 98,2 pontos, o menor nível desde maio deste ano (97,4 pontos).

(InfoMoney)

Banco Central

À tarde (15:00), a balança comercial tem previsão de superávit de US$ 4,2 bilhões em outubro, após saldo positivo de US$ 3,991 bilhões (setembro). 

(Bom Dia Mercado)

Mutirão nacional de negociação de dívidas

Pedidos podem ser feitos por meio da plataforma Consumidor.gov.br ou pelos canais diretos das instituições participantes, disponíveis na página do mutirão.

(Agência Brasil)

Covid-19: Brasil

O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 688.157 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira (31) pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 34.828.749.

Em 24 horas, foram registrados 3.883 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 65 mortes de vítimas do vírus.

Foram aplicadas 488,2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 em todo o Brasil, sendo 180,3 milhões como a primeira dose e 162,7 milhões como a segunda dose. A dose única foi aplicada em 5 milhões de pessoas.

Outras 99,9 milhões já receberam a primeira dose de reforço e 35,3 milhões já foram vacinadas com a segunda dose de reforço.

(Agência Brasil)

EUA

O Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc) começa a se reunir nesta terça-feira (1) e deve dar continuidade ao ciclo de aperto monetário. 

Ainda nos EUA, saem o relatório de empregos Jolts e investimentos em construção (11:00).

Acordo nuclear – O enviado dos EUA para o Irã, Rob Malley, afirmou que o governo Biden não vai "perder tempo" para tentar reviver o acordo nuclear com o Irã neste momento de repressão de Teerã a manifestantes.

Segundo ele, "várias vezes chegamos muito perto" de um acerto para voltar ao acordo de 2015, mas o Irã violou cada vez mais seus compromissos, desenvolveu seu programa nuclear e apoiou a guerra da Rússia na Ucrânia.

(Bom Dia Mercado)

Europa

Reino Unido – O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Reino Unido contraiu pelo quarto mês seguido em outubro, para 46,2, ante 48,4 em setembro, informou nesta terça-feira (1) a S&P Global/CIPS.

(InfoMoney)

Ásia

China – O PMI industrial medido pelo setor privado (Caixin e S&P Global) subiu de 48,1 em setembro para 49,2 em outubro, mesma leitura do índice oficial. Apesar da alta, o dado abaixo de 50 aponta para contração da atividade. 

(Bom Dia Mercado)

Oceania

Austrália – O Reserve Bank of Australia elevou as taxas de juros em 25 pontos base pela segunda vez consecutiva, em linha com as expectativas.

(Bom Dia Mercado)