Rumores sobre política econômica, transição, IGP-DI e 'midterms' dos EUA: as notícias de hoje (8)

Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do exterior nesta terça-feira (8), com informações do Bom Dia Mercado:

Brasil

Capítulos da transição política – Em Brasília, Arthur Lira reúne-se com a equipe de transição para tratar do orçamento, em meio à ansiedade do mercado pelo nome do futuro ministro da Economia.

As especulações correm as mesas e já levaram a posições defensivas na segunda-feira (7), quando o Ibovespa devolveu ganhos e dólar e juros avançaram, em reflexo ao receio de uma política econômica sem compromisso com a responsabilidade fiscal.

Os ativos responderam negativamente à possibilidade de Fernando Haddad assumir o comando da Economia. Se dependesse da cúpula do PT, o ex-prefeito de São Paulo seria alçado ao cargo, como revelou o repórter Manoel Ventura, do jornal O Globo.

Lauro Jardim, em sua coluna nesta manhã de terça-feira (8), revela que as resistências ao nome de Haddad já foram maiores no mercado financeiro.

O jornalista revela uma operação em que, para agradar o setor, Lula poderia fazer uma jogada em que Armínio Fraga iria para a pasta do Planejamento e assim solucionar possíveis impasses em relação ao nome de Haddad.

De acordo com Jardim, se não fosse Fraga, poderia ser outro de mesma envergadura.

Informações de bastidores de que Meirelles teria descartado assumir a Fazenda no novo governo Lula pesaram, ainda que, em entrevista à JP, ele tenha dito que, apesar de não ser candidato, "qualquer convite, eu analiso".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ministeriável que deve integrar a equipe de transição, disse que não há ainda nada definido e que só duas funções estão certas: o do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

O parlamentar destacou que o perfil de cada ministro vai ser definido por critérios técnicos da equipe de transição, mas reforçou a perspectiva de uma Esplanada plural, que reúna a coalizão que o elegeu para um governo de união nacional.

Ida à Brasília – A ida de Lula à Brasília foi adiada para amanhã, quarta-feira (9), quando o presidente eleito visita os chefes do Congresso e do STF. Ele só viaja esta noite. Já Alckmin viaja logo cedo, para iniciar as negociações da PEC da transição para definir o novo orçamento de 2023.

Nomes para as equipes de transição – O vice-presidente eleito anunciou nesta terça-feira (8) parte da equipe de transição. Ele participou uma reunião de oito horas que manteve com o PT em um hotel de São Paulo, ontem. À saída, só Guilherme Boulos se antecipou e disse que integraria a comissão.

Outros nomes cotados para a equipe, segundo a jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, são:

Cidades: Inês Magalhães
Agricultura: Carlos Fávaro, Neri Geller e Katia Abreu
Minas e Energia: Jean Paul e Nelson Hubner

No rascunho levado a Lula por Alckmin e Gleisi, os nomes da área econômica incluem Pérsio Arida e André Lara Resende, além de Guilherme Mello, que ajudou Aloizio Mercadante no programa de governo ao longo da campanha eleitoral. Os três nomes foram confirmados nesta tarde pelo vice-presidente eleito, com a adesão do ex-ministro Nelson Barbosa.

Uma fonte havia informado ao Broadcast que “houve muitas idas e vindas nas últimas 72 horas”, e que, para abrigar todos os nomes, era possível que Lula e o PT tenham de abrir mão de “pratas da casa”, como o caso de Nelson Barbosa, na equipe titular.

Simone Tebet (MDB-MS) une-se a ex-ministra Teresa Campello na formação do núcleo técnico que vai cuidar do desenvolvimento social.

Floriano Pesaro (indicação de Geraldo Alckmin) fica com a coordenação técnica do gabinete de transição, enquanto Gleisi Hoffmann se responsabiliza pela coordenação da articulação política. Serão, ao todo, trinta e um grupos técnicos.

O vice-presidente eleito admitiu ainda que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, deve participar da equipe de transição.

Orçamento – O Broadcast também apurou que a equipe calcula a necessidade de um waiver de R$ 170 bilhões a R$ 175 bilhões de gastos extras em 2023 (fora do teto), para acomodar as promessas de campanha que foram feitas pelo presidente eleito.

Lula mandou suspender a apresentação da PEC da transição para bater o martelo só após ele conversar com o Congresso Nacional.

A bancada do PT na Câmara reuniu os deputados atuais e os novos que tomarão posse em 2023 para o desafio de construir a viabilidade da PEC, mas a conversam que a solução final está “em suspenso”, à espera dos acordos políticos.

Petistas ironizam e dizem que Lira estaria com boa vontade “até demais” para negociar, e cobrará um bom preço por isso: o apoio para ficar no comando da Câmara dos Deputados. O plano B seria a abertura de um crédito extraordinário para garantir as despesas mais urgentes.

No Valor, Lula e Alckmin negociam a combinação de três mecanismos para abrir espaço no Orçamento. Avaliam apresentar uma PEC para viabilizar os gastos extras, junto com um remanejamento das emendas de relator (RP-9) e a liberação de créditos extraordinários para obter R$ 175 bilhões para as áreas social e de investimento.

Na manchete do Estadão, Arthur Lira ainda tem na manga dois projetos engatilhados até o final do ano que poderão tirar mais de R$ 100 bilhões de arrecadação do Orçamento da União, Estados e municípios, em 2023.

Um dos projetos eleva os limites para enquadramento de microempreendedores individuais (MEIs) e empresas do Simples Nacional, que pode acarretar uma perda anual de R$ 66 bilhões em tributos, segundo cálculos da Receita Federal.

O segundo projeto corrige para R$ 5,2 mil da faixa de isenção do IRPF, com impacto que pode superar R$ 30 bilhões.

Além do apoio do PT para sua reeleição à presidência da Câmara, Lira também quer manter o orçamento secreto, que consiste na transferência de verbas a parlamentares sem critérios em troca de votos nas matérias de interesse do governo.

Sede da transição – Por fim, foi finalizada a montagem das instalações para sediar a equipe de transição, no Centro Cultural do Banco do Brasil, como ocorre em todos os governos.

O local deve abrigar quinze gabinetes, quatro salas de reunião e um coworking para trinta e nove pessoas. O governo eleito pode indicar até 50 nomes que assumem oficialmente cargos na transição, além de voluntários. (Bom Dia Mercado)

MDB – O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP), oficializou apoio ao governo de transição, em entrevista coletiva ao lado de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Hoffmann e Rossi deixaram claro que participar do governo de transição não significa participar do governo com ministérios.

Mais partidos – José Luiz Penna (PV); Jefferson Coriteac (Solidariedade); Daniel Tourinho (Agir); Wolney Queiroz (PDT); Felipe Espirito Santo (Pros); Carlos Siqueira (PSB); Wesley Diógenes (Rede); Luciana Santos (PCdoB); Juliano Medeiros (Psol); e Guilherme Ítalo (Avante) formarão o núcleo político de orientação de indicações técnicas no processo de transição do governo federal. (CNN)

Forças Armadas – Em nota, as Forças Armadas confirmaram que o resultado da auditoria sobre as eleições vai ser entregue amanhã (9) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). (Bom Dia Mercado)

Orçamento secreto – O Supremo Tribunal Federal (STF) deve esperar as negociações políticas antes de pautar o julgamento das “emendas de relator”, conhecido como orçamento secreto.