Lula no exterior; PEC da Transição; Focus; IBC-Br; BID e mais - as principais notícias de hoje (14)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta segunda-feira (14):

Brasil

PEC da Transição – O governo eleito deixou a apresentação da PEC da Transição para quarta-feira (16), depois do feriado da República, que fecha os mercados amanhã (15).

No último domingo, Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil, foi ao Twitter defender que seu partido apoie apenas os compromissos comuns assumidos por Bolsonaro e Lula na campanha eleitoral, ou seja, o Bolsa Família de R$ 600,00 e o aumento real do salário mínimo acima da inflação em 2023. 

Diante das resistências, o PT já avalia ceder na intenção de colocar o benefício fora do teto de gastos de modo permanente, mas ainda pretende emplacar um prazo de quatro anos.

Por sua vez, o senador Wellington Dias (PT) defendeu a flexibilização para o período do primeiro mandato de Lula, mas admitiu que ainda falta bater o martelo. As coisas ficam ainda mais confusas porque não existem detalhes de uma nova regra fiscal.

COP27 – Nesta segunda-feira (14), o presidente eleito viaja para a COP27, no Egito, onde busca sinalizar um reposicionamento do Brasil na diplomacia e na cena mundial. No dia seguinte (15), Lula realiza encontros bilaterais com enviados do clima de Alemanha, China e EUA.

Na quarta-feira (16), o petista participa de um evento no qual os governadores amazônicos lançarão uma iniciativa chamada de “Carta da Amazônia: uma agenda comum para a transição climática”. Às 13:15 (horário de Brasília), faz um pronunciamento na Zona Azul da COP.

Lula pode usar a viagem para confirmar quem vai ocupar o MMA, além da autoridade especial para o clima, que vai desempenhar papel similar ao do enviado climático dos EUA, John Kerry, e coordenar transversalmente a transição energética brasileira.

O anúncio principal, contudo, deve ser da candidatura brasileira para sediar a COP30, em 2025.

E a volta… – Lula deixa o Egito na sexta-feira (18) e visita a Portugal por dois dias, onde vai realizar encontros com autoridades locais. O presidente eleito volta ao Brasil no sábado, quando deve começar a anunciar nomes de seu ministério.

O Valor ouviu de interlocutores próximos a Lula que ele prefere que os comandos da Fazenda e do Planejamento fiquem com quadros do PT. Mas, de acordo com as fontes, o nome de Henrique Meirelles ainda não foi descartado para a Fazenda.

Alívio – O mercado reagiu com alívio na sexta-feira (18) à declaração de Mantega à GloboNews de que não vai ser ministro. “Minha participação em grupo de transição está sendo superestimada. Não serei ministro; já fui e não pretendo ser mais”, afirmou.

Alexandre Padilha, Wellington Dias e Rui Costa são os nomes mais prováveis para o Ministério da Fazenda, de acordo com a Arko Advice.

Check-Up – No sábado (12), Lula fez exames de rotina no hospital Sírio-Libanês (SP), que mostraram inflamação por esforço vocal e pequena leucoplasia na laringe. Demais resultados estão normais, com completa remissão do tumor diagnosticado em 2011.

BID – O processo de escolha do novo presidente prosseguiu neste domingo, apesar da articulação do ex-ministro Guido Mantega para adiar a eleição. Os cinco candidatos ao posto foram sabatinados pelos integrantes dos países, inclusive Ilan Goldfajn.

Segundo o Valor, Ilan se sobressaiu ao expor ideias para preservar o bioma, no momento em que as mudanças climáticas são urgentes, e o governo Lula enfrenta o seguinte dilema: ou apoia o candidato indicado por Guedes ou um nome estrangeiro.

A tentativa de Mantega de adiar a eleição do BID gerou muitos ruídos, mas, segundo a jornalista Lu Aiko Otta, o ex-ministro falou em nome de um grupo do PT. Goldfajn conta com o apoio do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e de economistas que integram seu grupo.

Mais nomes – Geraldo Alckmin revela à tarde novos integrantes da equipe técnica de transição. No sábado, foram anunciados Luciano Coutinho, no grupo de Indústria, Comércio e Serviços, e Bela Gil, no Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Segundo a apresentadora da GloboNews, Andréia Sadi, o chefe da transição convidou Roberto Kalil, Ludmilah Hajjar, Miguel Srougi para transição da Saúde.

Em pronunciamento à tarde, Alckmin informou ainda que solicitou formalmente ao governo de Jair Bolsonaro (PL) os dados do PRODES, Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite. 

O vice-presidente eleito anunciou novos nomes para os grupos técnicos do governo de transição e deu destaque à questão ambiental, ao Fundo Amazônia, que voltará a ter fluxo de capital doado por outros países.

Foram anunciados também os nomes das equipes de Educação, Esporte, Infraestrutura, Juventude e Cidades. Entre os nomes escolhidos pela equipe, estão presentes uma das herdeiras do banco Itaú Neca Setubal, o ex-jogador de futebol Raí e nomes conhecidos da política, como Guilherme Boulos, Márcio França e João Campos.

Segundo apuração da jornalista, Andreia Sadi, uma ala do governo de Lula defende que Marina Silva e Simone Tebet façam uma dobradinha em questões ambientais. Marina estaria como autoridade, enquanto Tebet à frente do Ministério.

Ministério da Defesa – O nome de Ricardo Lewandowski (STF) começou a ser cotado para o ministério da Defesa do novo governo Lula (PT), informou a colunista Bela Megale, do jornal O Globo. O ministro tem que se aposentar da corte até maio de 2023, quando faz 75 anos.

Nomeações de Jair Bolsonaro – As indicações de Bolsonaro (PL) para ocupar postos-chaves no governo, como embaixadas, agências reguladoras e cadeiras de tribunais superiores, poderão ser derrubadas quando Lula assumir no dia 1º de janeiro, informa o jornal O Globo.

Até lá, aliados do presidente eleito planejam trabalhar para que cerca de 20 nomeações não sejam analisadas pelo Senado Federal.