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Nubank (NUBR33): de olho na inadimplência em alta, vale a pena investir nas ações?

Indicador atingiu patamar relevante, como Itaú BBA e JP Morgan tinham apontado em relatórios que antecederam a divulgação do balanço do terceiro trimestre

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A Nu Holdings, controladora do Nubank (NUBR33), registrou um lucro de US$ 7,8 milhões no terceiro trimestre de 2022. O montante reverte as perdas de US$ 34,4 milhões apuradas um ano antes.

O resultado líquido ajustado no período foi de US$ 63,1 milhões, enquanto a receita líquida totalizou US$ 1,306 bilhão – expansão de 171,8% em doze meses. Já a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) atingiu US$ 7,9 entre julho e setembro.

A inadimplência, entretanto, pesou. No período de 15 a 90 dias, chegou a 4,2%, entre não pagadores por mais de 90 dias, o número saltou para 4,7%.

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O Bradesco BBI aponta que a fintech pode estar entre a cruz e a espada, e questiona se o Nubank vai continuar com o crescimento da qualidade dos ativos sob pressão ou se vai reduzir o ritmo de crescimento do crédito para controlar a inadimplência.

A seu ver, a redução da carteira de crédito pessoal do banco reflete sua estratégia de reduzir o ritmo de crescimento do crédito, o que deve levar a receitas menores. Analistas apontaram que os NPLs mostraram deterioração substancial.

Eles mantêm a classificação underperform, com preço-alvo de US$ 3,30 por papel.

Em material que antecedeu a divulgação do balanço, o Itaú BBA projetava que o Nubank registraria um prejuízo de R$ 176 milhões em linha final no terceiro trimestre deste ano.

Na avaliação sobre a inadimplência, analistas disseram que  “os investidores provavelmente ficarão desapontados com a alta contínua em NPLs no terceiro trimestre de 2022 (tanto em 15 e 90 dias e acima de 90 dias), apesar do recente tom esperançoso adotado pela administração”.

Pela manhã (16), analistas pontuaram que os custos de provisão superaram o crescimento da carteira de empréstimos. E, por isso, mantiveram a classificação underperform, com preço-alvo de US$ 3,50.

De olho na mesma questão, o JP Morgan havia cortado na semana passada sua recomendação de neutra para venda (underweight). Os analistas já projetavam que o banco seria afetado por um cenário arriscado de alta inadimplência no período.

Como exemplo, citaram o Banco do Brasil (BBAS3), que detém menor taxa nesse indicador entre as grandes instituições, e mesmo assim sofreu com um aumento recorde de aproximadamente 230 pontos-base nos NPLs.

Para evitar que os números se deteriorem, o JP sugere que o banco deveria desacelerar o crescimento.

Além disso, analistas suspenderam o preço-alvo no material que divulgaram na semana passada. Eles citam apenas que uma cotação justa das ações gira em torno de US$ 4,00 e US$ 5,00.