Naturalmente, as empresas que estão de alguma forma ligadas ao consumo se beneficiam da maior demanda no quarto trimestre com a Black Friday – que, este ano, inclusive foi impulsionada por uma Copa do Mundo.
O ano não foi positivo para o consumo e, apesar da melhora no segundo semestre, a conjuntura ainda não parece favorável.
Em efeito à guerra na Europa, os preços dos combustíveis subiram significativamente no primeiro semestre e foi o grande responsável pela inflação crescente no ano.
A fim de resolver essa questão, o governo federal e Banco Central tomaram as respectivas atitudes: reduziu-se os impostos nas cadeias de distribuição e aumentou a Selic para inibir a demanda. As medidas surtiram efeito na inflação, que, pela primeira vez na história, registrou deflação em
três meses seguidos.
Entretanto, o varejo ainda não demonstrou sinais consistentes de recuperação, o que revela que os juros altos ainda impactam a população.
Em relatório assinado pelos analistas Luis Novaes e Régis Chinchila, a Terra Investimentos avalia alguns papéis que podem se beneficiar com o evento e realiza comparações entre rivais diretos.
A Black Friday também favorece muito as empresas de pagamentos, já que o cartão de crédito se destaca como um dos meios mais utilizados para se fazer compras hoje em dia, especialmente nesta ocasião, onde as vendas tendem a ter um preço médio maior e os brasileiros não possuem o hábito de realizar compras à vista.
As empresas de cashback também são beneficiadas na data, tanto pela exposição ao comércio em shoppings quanto no comércio digital, que demonstra sua força nesse período de promoções, explicam os analistas.
Em razão disso, a Terra Investimentos reiterou a recomendação neutra para as ações de Cielo (CIEL3) e Méliuz (CASH3), com os preços-alvo de R$ 7,00 e R$ 2,00, respectivamente.
No ano, os papéis de Cielo (CIEL3) já saltaram 118%, enquanto Méliuz (CASH3) perdeu cerca de 63,5%, com base no fechamento dos mercados da véspera (23).