SpaceNews

Lula confirma Fernando Haddad na Fazenda e mais quatro nomes para equipe ministerial

O anúncio foi feito no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição para o governo eleito

Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e presidente eleito Lula (PT) - Ricardo Stuckert
Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e presidente eleito Lula (PT) - Ricardo Stuckert

Nesta sexta-feira (9), por volta de 10:58, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o nome de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda.

O petista ainda confirmou as indicações de Rui Costa, governador da Bahia, para a Casa Civil, Flávio Dino (PSB), senador eleito pelo Maranhão, para a Justiça e Segurança Pública, José Múcio Monteiro, ex-TCU, para a Defesa, e Mauro Vieira para as Relações Exteriores.

Vieira já foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Os anúncios foram feitos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição para o governo eleito.

Em resposta aos jornalistas, Lula afirmou que decidiu adiantar as indicações em razão de alguns trâmites que considera necessários para mobilizar prontamente a atuação de seu futuro governo, que inicia em janeiro de 2023. 

Orçamento secreto, STF e a PEC da Transição

Quando questionado sobre o julgamento do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal, e um possível gargalho nas negociações da PEC da Transição em razão de rumores em torno do assunto, Lula disse que o processo tramita antes mesmo das eleições e que não tem nenhum poder de interferência para decidir como e quando os ministros votarão.

“Para mim, não tem nenhum problema. Todo mundo sabe o que eu penso de emenda parlamentar. Eu acho emenda de parlamentar uma coisa importante, mas não precisa ser secreta. Ela pode ser muito importante se estiver acoplada ao orçamento do governo e às obras prioritárias. O presidente [da Câmara dos Deputados], Arthur Lira (PP-AL) sabe disso. Eu já conversei duas vezes com ele, com [o presidente do Senado] Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e se preciso vou conversar dez vezes para fazer o que for melhor para o povo brasileiro”.

Planejamento e Fazenda em sintonia

Sobre o ministério do Planejamento, a ser recriado com o desmembramento da estrutura atual do Ministério da Economia, Lula indicou que procura o perfil por alguém apto a cuidar do orçamento e que esteja afinado com o Ministério da Fazenda, futuramente comandado por Fernando Haddad.

“Eu já poderia ter indicado hoje, mas aí vocês não teriam notícia na terça-feira, na quarta-feira…”, brincou.

Entre os militares

Lula ainda foi perguntado se faria hoje mesmo as indicações dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em conjunto com o futuro ministro José Múcio Monteiro. O petista negou e disse que não tem problemas com as Forças Armadas e que estas têm a tarefa nobre de defender a soberania nacional e os brasileiros e não se envolver em política.

“Tenho certeza que não poderia haver ninguém mais preparado que o companheiro José Múcio”, comentou. Ele vai ver os comandantes, conversar, vai levar para mim e eu vou aprovar ou não. “Ministros terão a liberdade de fazer as coisas até que provem o contrário. Tenho certeza de que ele vai escolher os melhores comandantes”, acrescentou.

Representação

Sobre a falta de diversidade de gênero e raça na primeira parcela da composição ministerial divulgada, o presidente eleito disse que não vai haver falta de representatividade. “Vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira em sua total plenitude”, declarou. 

Segurança pública

Lula ainda informou que vai buscar atender as políticas públicas contempladas pela área de Segurança Pública, quando questionado sobre os rumores de agutinação da pasta à de Justiça.

“A gente não pode fazer pirotecnia. Estamos cansados de ver dezenas de pessoas vítimas de ações policiais sem nenhuma explicação. Se o Estado estivesse presente em educação, cultura e esportes, possivelmente a gente teria menos violência do que tem hoje”, completou. 

O presidente eleito sinalizou ainda que busca atuação conjunta com prefeitos e governadores para enfrentar os problemas da área.