Na próxima quinta-feira, 10 de agosto, a Infracommerce (IFCM3) vai divulgar seu balanço financeiro referente ao segundo trimestre deste ano. No dia seguinte, a empresa realiza sua conferência para detalhar o conjunto de resultados apurados sobre o período.
O período foi marcado por uma reestruturação no quadro de funcionários. Cerca de 360 colaboradores foram desligados de sua operação no início de maio.
Em nota ao site NeoFeed, a empresa respondeu que o ajuste foi necessário para torná-la “ainda mais ágil e eficiente […] para as mais de 600 marcas que se apoiam no ecossistema digital para desenvolver seus canais de vendas”.
De janeiro a março deste ano, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 79,5 milhões, um crescimento de 34% em relação às perdas apuradas em igual período de 2022.
O conjunto de resultados, entretanto, aponta que a receita líquida da empresa avançou 10%, a R$ 214,2 milhões na mesma base de comparação, enquanto o lucro bruto se expandiu em 11,2% em doze meses, a R$ 90,8 milhões.
Em entrevista à SpaceMoney, Fábio Fialho, CMO, e Fábio Bortolotti, diretor de Relações com Investidores (RI) e diretor vice-presidente de Finanças, compartilharam suas perspectivas para o futuro da companhia.
Com qual cenário a empresa trabalha agora?
A empresa permite que marcas e varejistas utilizarem uma jornada completa para oferecer a melhor experiência de compra aos clientes, por meio das soluções:
- – B2C (da sigla em inglês para negócios para consumidores): com trabalho em FlagshipStore, Marketplace In, Marketplace Out.
- – B2B (da sigla em inglês para negócios para pessoas jurídicas): com trabalho em FlagshipStore, Marketplace In, Marketplace Out e Broker Digital.
As verticais de negócios da Infracommerce são: infra.digital, infra.shop, infra.data, infra.pay e infra.log.
Hoje, com uma base de 10.000 acionistas, a Infracommerce atua fortemente na América Latina, além de estar presente em outros oito países além do Brasil na liderança absoluta contra seus pares.
“São mercados em que a gente consegue alavancar muito do que vivemos aqui, porque estão entre dois e três anos atrás. Então, no nosso crescimento, fica claro que a América Latina vai se expandir mais do que o Brasil. Temos esse mercado endereçável grande aqui, mas exploramos ainda até muito pouco a base de clientes na região toda”, declarou Fábio Bortolotti.
Fábio Fialho destacou que, com a maturidade do e-commerce no Brasil, os clientes enterprise – em maioria, internacionais – testam a solidez do mercado aqui e fazem um “roll-out” da solução a outros países.
“Eles aproveitam o nosso duto operacional de contratos, entre outros, para fazer tudo. Então, a oportunidade de cross-selling fica clara em relação a tudo isso”, afirmou.
Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2022, a companhia realizou seis aquisições – entre elas, Synapcom, Tatix, Tevec – e uma sétima foi efetivada em janeiro deste ano: a chilena Ecomsur.
“Nosso modelo de negócios precisa ter escala para gente realmente ter uma proposta de valor diferenciada para o nosso cliente. A gente, óbvio, ambiciona o Mercado Livre, mas no final do dia, só precisamos ser melhores que os nossos clientes se fizessem sozinhos”, disse Bortolotti.
Com a fase de M&As (fusões e aquisições), a empresa visava a consolidação. O executivo afirma que a etapa foi encerrada no País. “Não tem mais no Brasil nenhum player relevante que faça mais sentido para trazer GNV para a máquina, digamos assim.”
No âmbito de expansão internacional, com as compras na Argentina e no Chile, Bortolotti declara que a empresa adquiriu as duas maiores empresas no setor em que atuam em ambos os países.
E, em complemento ao ecossistema, o executivo vê muitas oportunidades de crescimento nas áreas de infra.data, mediante às aquisições realizadas para investir em inteligência artificial e a de Summa Solutions, de desenvolvimento de software e implementação.
“Tem muito serviço adjacente do ecossistema que a gente consegue alavancar muito rápido, porque a gente tem uma base de 600 clientes, mas usamos mais com parcerias comerciais e testamos antes de avançar para processo de M&A. Essa terceira parte sempre fica no radar. Elas podem ter o potencial grande de alavancar nossos clientes e a gente ganhar no core business ou no cross-selling do produto para a base”, complementou Bortolotti.
Mas, por enquanto, “não tem nada no curto prazo nesse sentido”, disse o executivo.