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B3: Negociações podem ser estendidas em até duas horas, diz site

Em entrevista ao Valor Investe, Marcos Skistymas, diretor de Produtos Listados da Bolsa, declarou que a ampliação traria mais flexibilidade para os investidores operarem

- Paulo Whitaker/Reuters
- Paulo Whitaker/Reuters

O horário de funcionamento da Bolsa de Valores brasileira pode ser estendido em até duas horas ainda este ano, de acordo com uma reportagem do site Valor Investe. A possibilidade surge após corretoras identificarem uma demanda de investidores, sobretudo os de varejo.

O superintendente de Acompanhamento da Negociação da B3, Fábio Perdiz, explicou ao veículo que o crescimento do número de investidores na Bolsa durante a pandemia de Covid-19 reforçou a percepção de que pode haver demanda para negociação no período da noite. 

"Muitos investidores chegam do trabalho e querem negociar seus ativos no período noturno, já que não conseguem fazer no horário atual da bolsa".

Atualmente, a pré-abertura do mercado acontece às 9h45 e abertura à vista às 10h, terminando oficialmente às 17h.

As operações com ações, BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e com os Fundos Imobiliários (FIIs) ocorrem das 10h às 16h55. O after market, quando os investidores podem enviar ordens de compra e venda, ocorre entre 17h25 e 18h.

A bolsa deve implementar a extensão aos poucos, em fases de testes, segundo o diretor de Produtos Listados da B3, Marcos Skistymas. "Estamos considerando ampliar o horário de alguns produtos e já iniciamos conversas com nossos clientes e reguladores sobre isso".

Agora a avaliação segue por quais produtos começar, por quanto tempo estender as operações inicialmente e a partir de quando iniciar os testes. 

A espera passa por vários questionamentos, entre eles como seria esse "desenvolvimento sistêmico interno", alteração da forma e jornada de trabalho nas corretoras e na própria B3, entre outros.

"Corretoras são muito impactadas, porque tem a questão de hora extra, tem as que não atendem o público do varejo, que é o mais interessado na extensão. A questão regulatória também precisa ser melhor discutida, é nisso que estamos focados atualemente", conta Perdiz.

Conforme o superintendente, os testes seriam de uma hora ou duas por pelo menos três meses. "Se a gente estender o horário de negociação e o volume não for suficiente para arcar com os custos do mercado como um todo, não vale a pena”.

Por isso, ele destaca que é importante a cautela, para entender como funcionaria essa liquidez à noite. “Se for satisfatória, vamos estender mais e mais até acomodar isso".

Skistymas compara a bolsa brasileira com algumas globais, onde parte significativa do volume é negociado fora do horário regular do pregão. "A ampliação traria mais flexibilidade para os investidores operarem", conclui.

As informações são de Valor Investe.