O saldo total da carteira de crédito deve avançar 1,3% em agosto, com crescimento liderado pelo crédito direcionado (+1,9%).
Segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), deve haver forte desempenho tanto na carteira Pessoa Física (+1,5%) quanto na carteira Pessoa Jurídica (+2,6%).
Os dados oficiais serão divulgados em 27 de setembro pelo Banco Central em sua Nota de Política Monetária e Operações de Crédito.
Segundo a Febraban, caso se confirme, o resultado sinaliza uma virtual estabilização no movimento de desaceleração da carteira, que deve ficar praticamente inalterada em 12 meses, passando de 8,2% para 8,1%.
As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do País e a pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia dos dados do regulador.
O levantamento da Federação mostra que os resultados positivos da carteira direcionada do mês devem ser impulsionados pelo crédito rural e, no caso das empresas, pelos estímulos via programas públicos e financiamentos com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Segundo a pesquisa, o crédito livre também deve crescer em agosto, com alta estimada de 0,9%.
A carteira às empresas deve avançar 1,2%, beneficiada pelos sinais de normalização das linhas de fluxo de caixa (desconto de recebíveis e antecipação de faturas), diante da percepção de redução de risco no segmento.
Já a carteira às famílias deve expandir 0,7%, embora mantendo os sinais de perda de fôlego – desacelerando de 10,4% para 9,5% em 12 meses.
“Em geral, o resultado de agosto deverá ser influenciado pela melhora percebida no cenário macroeconômico, com o início do processo de flexibilização monetária, a melhora importante na percepção de risco no segmento pessoa jurídica e pelos sinais de que estamos chegando ao fim de ciclo de alta da inadimplência da carteira pessoa física”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação e Riscos da Febraban.
Concessões
A Pesquisa Especial de Crédito mostra que as concessões de crédito devem crescer 10,5% em agosto. Ajustando pelo número de dias úteis, a alta será de 1,1%.
O destaque do mês deverá ser o crédito direcionado com avanço de 15,6%, já ajustado sazonalmente, novamente impulsionado pelo forte volume de operações de crédito rural.
A continuidade do processo de deslocamento da demanda de crédito livre e do mercado de capitais para o segmento direcionado (via incentivo de programas públicos e repasses do BNDES) também deve contribuir para o índice.
As operações com recursos livres devem recuar 1,4% no mês, pressionadas especialmente pela acomodação das linhas de crédito voltadas para o consumo das famílias.
No acumulado em 12 meses, o volume de concessões deve seguir em trajetória de desaceleração, passando de 7,8% para 5,8%.
A perda de fôlego deve ser observada tanto nas operações com recursos livres (de 6,9% para 5,3%) quanto nas com recursos direcionados (de 14,9% para 9,7%), embora neste caso ainda permanecendo em nível elevado.