
A Vale (VALE3) anunciou ao mercado nesta terça-feira (17), que vai criar uma empresa para comercializar e distribuir areia proveniente de seus rejeitos de minério de ferro para diversos fins, com o objetivo de reduzir a disposição desses materiais em barragens ou pilhas.
A empresa se chamará Agera e prevê comercializar ainda neste ano 1 milhão de toneladas de areia, gerando receita de vendas de R$ 18 milhões, disseram executivos da Vale e da empresa à Reuters.
O volume ainda é pequeno comparado aos cerca de 47 milhões de toneladas de rejeitos produzidos pela Vale em 2022, mas a expectativa com o lançamento da companhia dedicada é ampliar a fabricação a partir das operações da mineradora nos próximos anos.
“A Vale já vem procurando dar destino mais sustentável aos seus rejeitos desde 2014, já tem um longo tempo de pesquisas”, disse à Reuters a gerente geral de Novos Negócios da Vale, Tatiana Teixeira.
“O objetivo é dar um destino mais sustentável, uma mineração mais circular, reduzir nossa dependência das estruturas para disposição de rejeitos e estéril.”
A princípio, esse anúncio ocorre após a companhia ter sido envolvida em dois grandes colapsos de barragens de mineração nos últimos anos, com o rompimento de estrutura da Samarco (joint venture da Vale com a BHP) em 2015 e da própria Vale em 2019, com centenas de mortos e desabrigados, além de graves impactos socioambientais.
Nesse sentido, a mineradora tem um plano de eliminar as barragens a montante, projetos que eram utilizados nas estruturas que se romperam.
Desde 2019, das 30 estruturas previstas, 12 já foram eliminadas, o que equivale a 40% do total. A previsão da empresa é concluir a eliminação da 13ª estrutura ainda neste mês.
As informações são da Reuters