Economia

A contragosto de Haddad, senadores aprovam desoneração da folha de pagamento para dezessete setores

Em junho, o ministro chegou a dizer que o projeto era inconstitucional

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Por Wellton Máximo, da Agência Brasil – Em votação simbólica, o plenário do Senado Federal aprovou na noite da última quarta-feira (25) o projeto de lei que estende em quatro anos a desoneração da folha de pagamento de dezessete setores da economia e reduz a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios.

O texto agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A desoneração representa uma derrota para a equipe econômica. Por diversas vezes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o tema fosse discutido apenas na segunda fase da reforma tributária, que prevê a reformulação do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Em junho, o ministro chegou a dizer que o projeto era inconstitucional, sem entrar em detalhes.

Existente desde 2011, a política de desoneração da folha perderia a validade em dezembro deste ano.

O projeto havia sido aprovado na terça-feira (24) pela manhã pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e a urgência para discussão em Plenário foi concedida ainda na véspera.

Com a desoneração da folha, a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra muda de 20% da folha de pagamento para alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. 

Os dezessete setores beneficiados são os seguintes:

  • – confecção e vestuário;
  • – calçados;
  • – construção civil;
  • – call center;
  • – comunicação;
  • – empresas de construção e obras de infraestrutura;
  • – couro;
  • – fabricação de veículos e carroçarias;
  • – máquinas e equipamentos;
  • – proteína animal;
  • – têxtil;
  • – tecnologia da informação (TI);
  • – tecnologia de comunicação (TIC);
  • – projeto de circuitos integrados;
  • – transporte metroferroviário de passageiros;
  • – transporte rodoviário coletivo; e
  • – transporte rodoviário de cargas.

 

Pequenos municípios

Além de beneficiar esses setores, o projeto reduz, de 20% para 8% da folha de pagamento, a alíquota da contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O benefício vale para cidades de até 142,6 mil habitantes que não recebem cota-reserva do Fundo de Participação dos Municípios.

Diferentemente das médias e das grandes cidades, que têm regimes próprios de Previdência para os servidores públicos locais, as pequenas prefeituras contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).