A Braskem (BRKM5) confirmou, por meio de fato relevante na última quinta-feira (26), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar sua exploração desastrosa de sal-gema em Maceió (AL).
No comunicado, a companhia reforçou seu compromisso com a transparência do caso e a medida em que novos desdobramentos surgem, emite comunicado.
Além disso, afirma ter prestado esclarecimentos sobre resultados e movimentações contábeis e financeiras, inclusive referente a trechos específicos que contém valores provisionados pela companhia, através de ligação.
No entanto, essas declarações da Braskem são contrárias ao propósito da CPI, que surge justamente para investigar a omissão da companhia na reparação da região afetada pelo desastre, bem como pela não prestação de contas sobre o caso.
Segundo o relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), a Braskem está “pendente de pagamento de obrigações com as famílias que tiveram suas vidas destruídas”, enquanto “distribuiu” dividendos bilionários aos seus acionistas em 2021.
“Como pode a empresa pagar aos seus diretores e conselheiros mais de R$ 85 milhões por ano quando foram esses mesmos executivos que estimaram erroneamente e para menos a provisão referente ao passivo de Alagoas em aproximadamente R$ 1 bilhão?”, questionou o relator.
Estima-se que cerca de 200 mil pessoas foram prejudicadas pelos danos relacionados ao processo de extração mineral do sal-gema, conforme a sentença judicial já proferida contra a empresa.
Dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostram que essa exploração inadequada de sal-gema, foi responsável pela desordem na estrutura geológica de Maceió, assim como desestabilizou cavernas subterrâneas que já existiam na região.