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Padilha afirma que não faz sentido discutir meta fiscal para 2024 antes de aprovar medidas

Principal prioridade do governo é aprovação das medidas atualmente em análise no Congresso Nacional

- REUTERS/Bruno Domingos
- REUTERS/Bruno Domingos

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, anunciou nesta terça-feira (31) que a principal prioridade do governo federal é a aprovação das medidas atualmente em análise no Congresso Nacional. Ele afirmou que, no momento, não estão sendo discutidas propostas de alteração na meta de déficit fiscal a ser enviada ao parlamento.

Segundo o ministro, "não é sensato iniciar discussões sobre a meta fiscal antes de nos concentrarmos no trabalho que visa ampliar a arrecadação". Ele acrescentou que esse tópico não foi abordado durante a reunião entre o presidente Lula e os líderes aliados na Câmara dos Deputados. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com informações apuradas pela Folha, membros do governo começaram a debater a possibilidade de enviar uma mensagem ao Congresso Nacional revisando a promessa de déficit fiscal zero nas contas públicas. Isso ocorreu depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que é "difícil" que o país cumpra essa meta no próximo ano.

Há informações de que a meta em discussão seria de 0,5% para o ano de 2024, mas essa cifra ainda pode ser objeto de revisão.

O presidente Lula convocou a primeira reunião do Conselho de Coalizão após a reforma ministerial e a mudança na liderança da Caixa Econômica Federal. Há aproximadamente dois meses, o PP e o Republicanos passaram a fazer parte do primeiro escalão do governo Lula, com André Fufuca no Ministério do Esportes e Silvio Costa Filho no comando dos Portos e Aeroportos. Na semana passada, o presidente decidiu destituir Rita Serrano da presidência da Caixa em favor de um aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira.

O encontro de hoje reuniu líderes dos partidos da base governista na Câmara, e há expectativas de que uma reunião semelhante ocorra na próxima semana com representantes do Senado.

Ao final do encontro, o ministro Padilha se recusou a responder perguntas sobre a possível mudança na meta fiscal do governo, afirmando que esse tema não foi abordado durante a reunião e não está sendo discutido no governo.

A questão da meta fiscal ganhou destaque na semana passada, quando o presidente Lula contrariou as declarações anteriores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na sexta-feira, durante um café da manhã com jornalistas, o presidente afirmou que é improvável que o governo alcance a meta fiscal de déficit zero em 2024 e acrescentou que essa não é uma prioridade de sua gestão.

Essa declaração foi um desvio em relação ao que Haddad vinha defendendo, e teve um impacto significativo no mercado financeiro, com a Bolsa brasileira caindo e o dólar se valorizando, além de um aumento nas taxas de contratos futuros de juros.