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Braskem (BRKM5) prevê aplicação de R$ 14 bi para custear reparo em Maceió; Pacheco cobra CPI

Segundo executivo da companhia, maior parte dos recursos desembolsados até o momento se refere ao programa de compensação financeira pela desocupação de imóveis residenciais; Senado exige investigação sobre atuação

- Divulgação
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A Braskem (BRKM5) tem reservados mais de R$ 5,6 bilhões para custear gastos relacionados ao desastre ambiental que cometeu no solo de Maceió (AL), segundo o vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da petroquímica, Pedro Freitas.

A companhia já desembolsou R$ 9 bilhões com iniciativas e com o novo montante deve totalizar mais de R$ 14 bilhões, nas estimativas de Freitas.

Segundo o executivo, a maior parte dos recursos aplicados até o momento se refere ao programa de compensação financeira pela desocupação de imóveis residenciais e comerciais em bairros da capital alagoana. 

Para ele, a Braskem vem trabalhando bastante e com foco nos diversos acordos que dão o arcabouço para atuação da companhia, diz se referindo aos diferentes acordos firmados com autoridades federais, estaduais e municipais.

Apesar disso, o Congresso Nacional deu aval para que fosse instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação da companhia nos reparos do estrago ambiental e social na região de Alagoas.

O requerimento para a criação da Comissão foi lido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no último dia 24 de outubro, mas a instalação formal da CPI ainda depende de acertos políticos, pois é preciso que os líderes partidários indiquem os participantes de cada bancada.

“Estamos, em várias frentes, cobrando a responsabilização da Braskem pelo maior crime ambiental urbano do mundo. Venho apelando, inclusive, em caráter humanitário. São mais de 200 mil vítimas de uma exploração mineral irracional e irresponsável que, literalmente, afundou vários bairros em Maceió, está se alastrando para outros bairros e agora o pânico dos abalos sísmicos”, alega Renan.

A Braskem realiza uma operação de longo prazo para preencher as minas de sal-gema com areia, numa tentativa de parar o movimento do solo que fez com que mais de 50 mil pessoas deixassem suas casas. 

Segundo Freitas, o fechamento dos poços está em um avanço de 60% e a previsão para o fechamento completo da mina é fim de 2024 ou início de 2025.

Na última segunda-feira (6), a empresa interrompeu os trabalhos momentaneamente devido a tremores na terra.

A princípio, tremores de terra fazem parte da rotina da cidade alagoana ao menos desde 2018, quando o desastre aconteceu, sendo uma consequência do colapso de minas de sal-gema exploradas pela Braskem.

 

Contém informações do jornal Valor Econômico.