O atraso recorrente na entrega de aeronaves por parte das fabricantes (OEMs) segue sendo um pesadelo para a Azul (AZUL4) e Gol (GOLL3) já que esse problema afeta a capacidade das companhias de expandir suas operações, tanto no número de voos quanto da malha aérea.
A princípio, o problema se intensificou com a retomada do setor e com o crescimento da demanda nos últimos trimestres.
A Azul tem sofrido com atrasos da Airbus e da Embraer e a Gol, da Boeing. Como consequência, as aéreas estão revisando o guidance para o quarto trimestre e para 2024, enquanto o preço das passagens aéreas deve continuar em patamares elevados para os consumidores.
“Estamos para receber um [avião da] Airbus em dezembro e dois [da] Embraer no final de novembro. Isso impacta nossa capacidade voar”, afirmou o CEO da Azul, John Rodgerson, em coletiva de imprensa sobre o resultado do trimestre.
A companhia reduziu suas projeções de oferta de assentos para 2023, de uma alta de 14% para uma de 9%, e o CFO Alex Malfitani disse, sem especificar qual OEM, que “tem fabricante dizendo que vai atrasar entrega que está prevista para daqui a quatro anos”.
Para a Gol, a situação é maia agravada, isso porque a empresa só recebeu, até agora, uma das 15 aeronaves da Boeing previstas para 2023.
Com o atraso na entrega dos 737 Max-8, a companhia aérea está operando atualmente com 108 aviões – sete a menos do que possuía no terceiro trimestre de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19.
Com isso, a estimativa é que a Gol termine o ano com uma frota operacional entre 110 e 114 aeronaves (a estimativa anterior era entre 114 e 118).
“Estamos correndo para conseguir alternativas em relação aos atrasos que estamos enfrentando”, afirmou o CEO da Gol, Celso Ferrer, em teleconferência sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
Para ele, o melhor cenário agora seria receber, neste ano, 5 das 15 aeronaves, e as outras 10 o mais tardar no começo do próximo ano.