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Governo estuda renegociar dividas de mais de 6 milhões de empresas com o Desenrola, diz Alckmin

Segundo ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, o plano é lançar essa versão do programa para empresas endividadas no começo de 2024

- Rovena Rosa/ Agencia Brasil
- Rovena Rosa/ Agencia Brasil

O governo brasileiro estuda uma renegociação de dívidas para empresas inadimplentes, a exemplo do Desenrola Brasil, que poderia beneficiar mais de 6 milhões de empresas, segundo declaração do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), na última terça-feira (28).

Apesar disso, o vice-presidente não deu mais detalhes sobre como funcionaria o programa para as empresas.

Nesta quarta-feira (29), o ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, disse que o governo pretende lançar a versão do programa para empresas endividadas no começo de 2024.

França também afirmou que outras medidas devem ser anunciadas para os empresários, a partir da aprovação da Reforma Tributária, como o aumento do teto do MEI e do Simples Nacional. Segundo o ministro, os novos valores não estão definidos.

“A partir da reforma tributária isso vai ser mais do que necessário porque, com a reforma, alguns benefícios que existem não existirão e terão que ser compensados com novas regras que a gente pretende fazer a partir do início do ano”, disse.

A princípio, em setembro deste ano, 6,6 milhões de companhias estavam endividadas, segundo dados mais recentes do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, são 300 mil a mais que no mesmo período do ano passado, somando o equivalente a R$ 122,2 bilhões em dívidas. 

Esses números do Serasa também mostram os segmentos de atuação das empresas negativadas e o setor de serviços lidera o ranking:

  • Serviços 54,4%;
  • Comércio 36,7%;
  • Indústria 7,6%;
  • Primário 0,9%;
  • Outros 0,4%.

Fábio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), acredita que programas como o Desenrola podem ser positivos para as empresas, mas que seria necessário criar bons critérios de seleção.

“Programas de resgate financeiro são bons desde que pessoas não sejam endividadas compulsivas e que empresas tenham viabilidade econômica. Então você resgata uma empresa que mantém empregos, você salva a empresa e salva empregos”, explica o assessor.

Para ele, uma alternativa seria escolher empresas por setores que, em relação ao faturamento, geram mais empregos.

“Criar critérios para que não se salve empresas que não tenham nenhuma chance de sobreviver lá para frente, para não jogar dinheiro fora”, diz Pina.