Foi divulgado pelo departamento de análises econômicas dos Estados Unidos (BEA), na manhã da última quarta-feira (29), que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o terceiro trimestre, em termos anuais, foi de 4,9% para 5,2%.
O número superou a mediana das projeções de mercado e confirma forte aceleração em relação ao segundo trimestre (2,1%), e a revisão para cima foi resultado de números maiores para investimentos e despesas do governo. Gastos com consumo e importações, por sua vez, foram revisados para baixo.
Apesar dos dados apontaram para o crescimento do PIB estadunidense, indicadores mais recentes começam a evidenciar a esperada desaceleração da atividade econômica após um ano de política monetária restritiva, aponta Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
"Apesar dos dados do PIB para o terceiro trimestre terem sido muito fortes e ainda revisados para cima, tanto os indicadores do livro Bege do Fed como os números do PCE de outubro sugerem que, como já esperado por analistas e formuladores de política, a economia dos EUA começa a mostrar sinais mais evidentes de desaquecimento", coloca Igliori.
O economista continua, colocando que "por um lado, observamos mais consistência no processo de desinflação em curso", e "de outro, reaparece o receio de que, após defasagens, a política monetária começa a fazer maior efeito e acabe gerando uma recessão no ano que vem".
Duas implicações para a política são antecipadas pelo analista da Nomad: um aumento na probabilidade de manutenção dos juros na reunião de dezembro, e uma possível antecipação do início do ciclo de cortes para o primeiro semestre de 2024.
"Nesta semana, pela primeira vez, a tese do alto por longo período (high for long) começa a ser enfraquecida. Os mercados passarão a levar essa nova possibilidade em consideração. Para coroar a semana, o discurso do presidente do Fed amanhã será ansiosamente aguardado", pondera, por fim, Igliori.