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Rali de fim de ano do Ibovespa ocorreu em 65% das vezes desde 2000. Vai ser diferente agora?

Movimento de alta recente coincidiu com uma série de fatores locais e globais, principalmente ligados à inflação e comportamento das taxas de juros

. - Sede da B3, em São Paulo| Foto: GUSTAVO SCATENA/Divulgação
. - Sede da B3, em São Paulo| Foto: GUSTAVO SCATENA/Divulgação

Na última terça-feira, 5 de dezembro, a Genial Investimentos estimou que o Ibovespa deve chegar ao fim de 2024 aos 155.000 pontos. De acordo com o analista Fernando Siqueira, o impulso viria tanto do crescimento dos lucros quanto do aumento da relação preço e lucro – algo que normalmente ocorre
quando os juros estão em queda.

Para Siqueira, os juros irão continuar em queda por todo o ano de 2024. O analista relembra que, historicamente, períodos de quedas de juros foram positivos para os investimentos, como ações, mas também renda fixa pré-fixada, fundos imobiliários, fundos de infraestrutura.

“Até agora, a queda dos juros trouxe pouco impacto no mercado. Particularmente, não vimos entrada de recursos nos fundos de ações e fundos multimercados. Acreditamos que esta situação deve mudar em 2024, particularmente com a redução da Selic para níveis abaixo de 10%, o que deve ocorrer na reunião de junho”, apontou.

Mas e nessa reta final de 2023? O tão desejado rali de fim de ano pode ocorrer?

 

Qual a expectativa para o Ibovespa em dezembro?

Para a gestora Equus, pode-se dizer que o movimento de alta recente coincidiu com uma série de fatores locais e globais, principalmente ligados à inflação e comportamento das taxas de juros. 

A companhia afirma que o principal destaque foi a inflação no Brasil e no mundo, que deu sinais de arrefecimento e abriu a porta para reduções nas taxas de juros não apenas no País, cujo movimento de cortes foi iniciado em agosto, mas também no exterior.

Além disso, perspectivas melhores para a economia brasileira e os preços atuais das empresas na bolsa também contribuem fortemente para uma recuperação do valor de mercado das empresas listadas.

Em relação à possibilidade de um rali de fim de ano, a Equus destaca que existe uma chance maior de acontecer.

“Eles são mais comuns do que se pensa”, frisa Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital. De 2010 até 2022, o rendimento do Ibovespa em dezembro superou a média dos meses anteriores em 54% desses anos.

Desde o início do milênio, de 2000 a 2022, em 65% dos anos, dezembro apresentou um rendimento superior à média anual. Esses números destacam a consistência do rali de fim de ano ao longo das duas últimas décadas”, destaca.

Vasconcellos afirma que a queda de juros contribui para reduzir o custo financeiro das empresas, e, com isso, facilitar a contratação e pagamento de operações de crédito, o que daria mais fôlego financeiro para elas investirem em novos projetos e terem margens mais saudáveis.

“Além disso, à medida que investimentos em renda fixa começam a perder sua atratividade relativa a investimentos mais arriscados, como em ações de empresas listadas, natural que haja uma migração de capital para este tipo de investimento”, elenca.

 

Outras projeções para 2024

O Inter Research aguarda que o principal índice acionário da Bolsa de Valores chegue a 142.000 pontos, uma vez que considera as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar os juros, além da permanência da trajetória de queda da taxa básica de juros Selic no Brasil.

Mariana Pulegio, assessora de investimentos na WIT Invest, destacou que, para o Ibovespa ultrapassar os 130 mil pontos até o fim de 2024, eventos como reformas econômicas, crescimento sustentado e estabilidade política podem impulsionar esse desempenho positivo.