O Bradesco BBI estima que a MRV (MRVE3) em 2024 vai ser penalizada pela deterioração do ambiente para vendas de ativos da Resia, com as condições atuais no mercado norte-americano. O movimento, provavelmente, vai levar a construtora a margens mais baixas do que o esperado por analistas anteriormente nos ativos para venda da divisão.
Esse fator foi a principal explicação para a redução do preço-alvo dos analistas, de R$ 20,00 para R$ 17,00.
Combinadas as atuais taxas do mercado dos Estados Unidos da América (EUA), com a orientação da Resia de, pelo menos, equilibrar sua geração de caixa em 2024 – o que pode levar a margens brutas de um dígito nas vendas de projetos se as taxas permanecerem estáveis por lá -, o modelo do Bradesco BBI aponta prejuízo de R$ 12 milhões na subsidiária norte-americana em 2024, contra lucro líquido de R$ 300 milhões anteriormente.
Por outro lado, a recuperação da operação brasileira da MRV segue no caminho certo, na opinião do Bradesco BBI, com estimativas de lucro líquido mantidas em R$ 500 milhões e R$ 1,0 bilhão em 2024 e 2025, respectivamente.
Em suma, o fraco ímpeto da Resia deve conduzir a uma descida das estimativas consolidadas do consenso e, portanto, constituir um risco negativo para a ação no curto prazo.
No entanto, uma vez que o impulso negativo da Resia eventualmente cesse, analistas do Bradesco BBI veem espaço para que um valor significativo seja desbloqueado em MRVE3. Resia representa R$ 3,00 por ação no preço-alvo do Bradesco BBI.
O desbloqueio possível materializaria o que analistas veem como o maior potencial de valorização no segmento.
MRVE3 negocia seus papéis a 9,80x o múltiplo P/L para 2024 e 4,90x para 2025, enquanto analistas projetam um crescimento anual médio de 67,00% nos lucros até 2026.