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PIB do Japão tem queda maior do que o esperado no terceiro trimestre de 2023

Produto Interno Bruto real registrou um declínio de 0,7% no período

Pedestres em distrito empresarial de Tóquio - Kim Kyung-Hoon/Reuters
Pedestres em distrito empresarial de Tóquio - Kim Kyung-Hoon/Reuters

O Produto Interno Bruto (PIB) real do Japão sofreu uma queda de 0,7% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o trimestre anterior. Esse resultado ficou aquém do inicialmente indicado pelo dado preliminar e das expectativas dos analistas da FactSet, que projetavam uma queda de 0,5% nessa comparação trimestral.

Os dados revisados foram divulgados pelo escritório de estatísticas do país na noite de quinta-feira (7).

A leitura representa uma desaceleração notável em relação ao crescimento de 1,2% registrado no segundo trimestre do ano – em termos anualizados, a economia do país apresentou uma contração de 2,9% no terceiro trimestre, superando as estimativas iniciais de -2,1% e representando uma desaceleração em relação ao nível de crescimento de 4,8% alcançado no segundo trimestre.

Os gastos tanto dos consumidores quanto das empresas diminuíram, contribuindo para a queda no PIB do terceiro trimestre. Informações adicionais indicaram que os salários reais e os gastos das famílias continuaram a diminuir em outubro, à medida que a inflação prolongada desencorajou os compradores.

O consumo privado, que representa mais da metade da economia japonesa, diminuiu 0,2% durante o período de julho a setembro, em comparação com a estimativa inicial de um desempenho praticamente estável.

Dados separados divulgados pelo Ministério do Trabalho mostraram uma queda de 2,3% nos salários reais ajustados pela inflação em outubro, marcando o 19º mês consecutivo de declínio, embora a taxa de queda tenha sido mais lenta do que a observada em setembro, que foi de 2,9%.

Enquanto os salários nominais registraram um aumento de 1,5%, a inflação de mais de 3% anulou esse crescimento salarial em termos reais, indicando um impacto no poder de compra dos consumidores.

Com a renda estagnada, os gastos das famílias diminuíram 2,5% em outubro em relação ao ano anterior, caindo consecutivamente nos últimos oito meses, de acordo com dados do Ministério de Assuntos Internos.

O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, destacou na quinta-feira (7) que a manutenção dos juros ultrabaixos é crucial até que uma inflação sustentável de 2% juntamente com aumentos salariais sejam visíveis. Ueda ressaltou a importância da perspectiva salarial do próximo ano para determinar a trajetória dos preços.