Integrantes do governo Lula (PT) avaliam criar uma comissão especial coordenada pela Advocacia-Geral da União (AGU) como alternativa à CPI da Braskem (BRKM5). Para eles, isso daria mais controle ao Poder Executivo sobre a apuração dos estragos provocados pela exploração da mineradora em Maceió do que uma CPI, "que é por natureza um palco político para opositores".
A Petrobras (PETR3)(PETR4) é uma das acionistas da Braskem e qualquer responsabilização da petroquímica poderia recair sobre a estatal.
Por isso, o grupo da AGU ficaria sob a tutela do ministro Jorge Messias e teria amplos poderes para requisitar informações sobre tudo o que se passou nos últimos anos.
“Acontece que o Planalto não tem interesse na realização da CPI, que pode causar problemas para a Petrobras, a segunda maior acionista da indústria petroquímica”, afirmou à CNN Brasil um dos participantes da reunião que ocorreu nesta manhã no Palácio do Planalto sobre o assunto.
De início, a ideia é tratada com simpatia entre apoiadores do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL). Eles também são contrários à instalação de uma CPI e veem convergência com integrantes do governo Lula.
Já o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, é o principal articulador da comissão. Para ele, a CPI é “isenta, indispensável, inadiável”. O senador destacou que todos integrantes da comissão já foram indicados e não haveria mais nada para impedir o início da investigação, em entrevista a CNN.