Nesta terça-feira, dia 19 de dezembro, o Banco Central (BC) divulgou a ata da última reunião de seu Comitê de Política Monetária (COPOM). Na semana passada, o colegiado reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,50 p.p. pela quarta vez consecutiva, a 11,75% ao ano (a.a.).
Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, o documento não apresentou novidades relevantes com relação ao comunicado subsequente ao anúncio do corte na semana passada.
Na avaliação do executivo, a avaliação de cenários e análise de riscos reforça a mensagem de que a conjuntura atual demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.
“Assim, não há qualquer indicação de que o Comitê possa acelerar o ritmo de ajuste monetário. Pelo contrário, mostra-se confortável com o ritmo de queda de 0,50 ponto percentual”, comentou.
Goldenstein destaca que, entre os pontos da ata, destacam-se a manutenção da sinalização do que o Comitê avalia como apropriado para manter uma postura de cautela, apesar de avaliar que a conjuntura internacional se mostra menos adversa e a avaliação de que a dinâmica desinflacionária não divergiu significativamente do esperado, apesar de alguma surpresa para baixo dos serviços subjacentes.
A elevação, “ainda que pequena”, do impacto do El Niño sobre a inflação de alimentos e a permanência da preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação foram outros pontos sinalizados pelo executivo.
Para Goldenstein, se destaca também a avaliação por parte de alguns membros de que a persistência de uma conjunção de maior resiliência do consumo e queda no investimento poderia provocar, no médio prazo, um excesso de demanda em relação à oferta, com potenciais impactos sobre preços.
Felipe Salles, head do C6 Bank, e equipe, destacaram que a comunicação do colegiado se compatibiliza com a expectativa de mais dois cortes de 0,50 p.p. nas próximas reuniões. O banco projeta uma Selic terminal em 9,25% em 2024.