Por Geoffrey Smith, da Investing.com – Os preços do petróleo bruto subiam nesta quinta-feira (7), com o apoio fundamental do corte de produção anunciado pela Arábia Saudita reforçado pelo entusiasmo por ativos de risco na sequência do segundo turno das eleições que colocarão o Senado dos EUA sob o controle efetivo do Partido Democrata.
Perto das 15h37, o Petróleo Brent Futuros subia 0,24%, a US$ 54,43, enquanto o Petróleo WTI Futuros avançava 0,38%, a US$ 50,82.
O consenso diz que o presidente eleito Joe Biden terá uma tarefa mais fácil de empurrar as escolhas de seu gabinete e sua política orçamentária com um Congresso democrata unificado. Chuck Schumer, que assumirá o cargo de líder no Senado no lugar de Mitch McConnell, observou na quarta-feira (6) que uma das primeiras prioridades do partido será aumentar o pagamento de estímulo direto às famílias previsto no último pacote de estímulo, de US$ 600 para US$ 2.000.
A esperança é que esses recursos sustentem a atividade econômica e, no que diz respeito ao mercado de petróleo, a demanda americana. Isso se manteve melhor do que o esperado nas últimas semanas, com a atividade industrial consistentemente acima das expectativas, mesmo com a atividade de serviços desacelerando devido ao aumento nos casos de Covid-19.
Dados do governo dos EUA na quarta-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto do país caíram mais de 8 milhões de barris na semana passada, um número impressionante, mesmo depois de contabilizar a volatilidade tradicional nos estoques em torno do novo ano. Os números chamam a atenção pela total falta de importações americanas da Arábia Saudita, algo que acontece há mais de 35 anos.
Depois de anunciar um corte surpresa de 1 milhão de barris por dia para sua produção em fevereiro e março, o país árabe enviou outro forte sinal ao mercado na quarta-feira ao aumentar drasticamente seus preços oficiais de venda para esses meses.
Analistas da Rystad Energy observaram que a medida seria suficiente para colocar o mercado físico de volta ao déficit no primeiro trimestre deste ano, quando muitos começaram a esperar superávits devido a uma nova queda na demanda decorrente das economias atingidas pela Covid-19.