Os resultados dos balanços do 4º trimestre de 2020 dos bancos brasileiros devem ser positivos e mostrar recuperação, de acordo com relatório da Eleven Financial Research divulgado nesta quinta-feira (21).
Os destaques do relatório são as projeções dos índices de inadimplência ainda controlados e a recuperação das linhas de receitas de tarifas.
Segundo o documento, o crescimento da carteira de crédito e da receita com tarifas deve ser um dos fatores positivos que irão chamar atenção nos balanços dos bancos no último trimestre do ano passado.
A Eleven estima que a margem financeira deve continuar pressionada, devido ao mix de carteira, com expansão em linhas menos arriscadas, como o setor imobiliário e consignado de pessoas físicas. Isso se deve, também, ao crescimento de linhas de crédito impulsionadas pelos programas de incentivos do governo federal em pessoas jurídicas, que possuem spreads menores – a diferença entre o que o banco paga a um investidor para obter capital e o que ele cobra para emprestar esse mesmo dinheiro.
Itaú Unibanco
De acordo com o relatório, o Itaú deve registrar crescimento de carteira, impulsionado pelo segmento de pessoas físicas. Além disso, o banco também deverá reportar forte alta na linha de tarifas de serviços.
A Eleven manteve a recomendação de compra para o Itaú Unibanco (ITUB4), com preço-alvo de R$ 38,00, e também manteve a recomendação de compra para o Itaúsa (ITSA4), com preço-alvo de R$ 14,00.
O balanço do Itaú Unibanco será divulgado no dia 1º de fevereiro. Já o balanço do Itaúsa será divulgado no dia 22 de fevereiro.
Bradesco
Os analistas da Eleven acreditam que o grande destaque entre os grandes bancos será o Bradesco. Isso porque as projeções para o banco são de que haja aumento do lucro líquido de 9% na comparação trimestral, apesar das estimativas apontarem queda de 14,9% na comparação anual. A casa de análise também acredita que o Bradesco está “bem preparado para enfrentar o provável aumento de inadimplência nos próximos trimestres”.
A recomendação da Eleven para o Bradesco (BBDC4) é de compra, com preço-alvo de R$ 33,00.
O balanço do Bradesco será divulgado no dia 3 de fevereiro.
Santander Brasil
Para o Santander, o relatório vê crescimento da carteira impulsionado pelo segmento de pessoa física e liderado pela expansão expressiva das linhas de crédito imobiliário. Os analistas também afirmam que a inadimplência do banco continuará sob controle.
Apesar disso, a Eleven entende que a estimativa de melhora já está precificada. Portanto, manteve a recomendação neutra para o Santander Brasil (SANB11), com o preço-alvo para de R$ 46,00.
O balanço do Santander Brasil será divulgado no dia 3 de fevereiro.
Banco do Brasil
Já o Banco do Brasil deve reportar expansão no lucro líquido de 6% ante o trimestre imediatamente anterior, porém com uma queda anual de 22% no indicador. A Eleven vê essa recuperação sendo impulsionada pela melhora nas linhas de serviços lideradas por seguros, controle de custos e as recuperações de perdas com empréstimos.
Também é destacado no documento que a “possível ingerência política” com os ruídos para a troca de comando do banco afetou o preço recente da ação. Entretanto, a Eleven chama atenção para a “confiança na gestão” do CEO André Brandão.
Devido a essa queda recente, a casa altera a recomendação de neutra para compra de Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 46,00.
O balanço do Banco do Brasil será divulgado no dia 11 de fevereiro.
Por volta das 16h32, os papéis do Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil e Banco do Brasil desciam 1,52%, 1,16%, 2,17% e 1,07, respectivamente. Cotados a R$ 29,87, R$ 25,57, R$ 40,96 e R$ 34,17.