Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschla, da Investing.com – Julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no STF é adiado após pedido de vista do ministro Nunes Marques. O Tesouro americano leiloa US$ 38 bilhões em títulos de 10 anos logo após dados de inflação dos EUA em fevereiro, em um teste para o mercado de dívida do país.
Balanços da Oracle (NYSE:ORCL) (SA:ORCL34), nos EUA, e da Braskem (SA:BRKM5), Eneva (SA:ENEV3) e Movida (SA:MOVI3) no radar. Governo dos EUA reporta o relatório semanal de estoques de petróleo.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 10 de março.
1. STF suspende julgamento de Moro
O julgamento no Supremo Tribunal Federal da possível suspeição do ex-juiz Sérgio Moro foi interrompido nesta terça-feira (9) pelo pedido de vista do ministro Nunes Marques. Com isso, não há previsão para a retomada da discussão. Lula segue com os direitos políticos restabelecidos após decisão do ministro Edson Fachin da última segunda-feira (8).
O ministro Ricardo Lewandowski deu o segundo voto para declarar a suspeição do então juiz da operação Lava Jato e, em consequência, anular todos os atos processuais que levaram à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do tríplex do Guarujá (SP). Com isso, a votação segue empatada em dois a dois.
2. Tesouro se prepara para a venda massiva de títulos
Os dados da inflação americana de fevereiro, que saem às 10h30, horário de Brasília, devem dar alguma indicação se o grande susto da inflação em 2021 precisa ser levado mais a sério. O índice de preços ao consumidor deve ter subido 0,4% no mês, enquanto a taxa anual pode ter avançado de 1,4% para 1,7%. O núcleo do IPC, que elimina os elementos mais voláteis, como alimentos e energia, deve ter subido 0,2%, com a taxa anual se mantendo em 1,4%.
A capacidade do IPC de rastrear a inflação real é contestada, devido à sua incapacidade de apontar as mudanças nos padrões de gastos do consumidor em tempo real.
No entanto, os números certamente chamarão a atenção, chegando antes do leilão do Tesouro de US$ 38 bilhões em notas de 10 anos às 15h, que deve ser um desafio maior do que a venda de notas de 3 anos na terça-feira. Também merecem destaque os dados semanais sobre refinanciamentos de hipotecas, que provavelmente sofreram com o aumento das taxas de longo prazo nas últimas semanas.
3. Mercados chineses se recuperam fracamente; dados de empréstimo mais fortes do que o esperado
Os mercados de ações da China conseguiram interromper a derrocada, pelo menos por um dia, com todos os principais índices registrando ganhos de até 1%, depois que os dados mensais sobre crédito vieram mais fortes do que o esperado. A Bloomberg relatou que as autoridades chinesas parecem ter banido o termo de busca “mercado de ações” em motores de busca populares, uma vez que as vendas aceleraram na semana passada.
O financiamento agregado, a medida mais ampla do crescimento do crédito, cresceu quase duas vezes mais do que a previsão de 1,7 trilhão de yuans. O estoque de crédito em aberto aumentou mais de 13% em relação ao ano anterior, uma taxa que deve desacelerar, visto que o banco central chinês parece estar almejando uma taxa próxima a 9%.
Também houve nova pressão sobre os preços dos metais básicos, já que a principal cidade siderúrgica do país emitiu um alerta de poluição atmosférica que afetará a produção de aço. Os futuros do minério de ferro caíram 3%, mas os futuros do cobre se mantiveram acima do nível de US$ 4 por libra-peso.
4. Papéis de tecnologia no radar; balanços da Oracle, Braskem e Eneva
Os mercados de ações americanos devem abrir em alta novamente, puxando o brasileiro, com foco, nos EUA, em papéis do setor de tecnologia.
Às 09h50, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 subiam respectivamente 0,33% e 0,03%, enquanto os do Nasdaq 100 estavam queda de 0,23%.
A gigante do software Oracle relata ganhos após o fechamento, enquanto Eneva, Braskem, Movida, Sinqia e Aliansce Sonae (SA:ALSO3) reportam por aqui.
5. Petróleo se consolida; estoques da EIA no radar
Os preços do petróleo bruto se consolidaram, com foco na divulgação, mais tarde, dos dados oficiais de estoques dos EUA após a estimativa semanal do American Petroleum Institute mostrar um aumento semanal de 12,8 milhões de barris, o maior desde abril passado.
Às 9h50, os futuros do petróleo WTI estavam em alta de 0,73% a US$ 64,48, enquanto o Brent avançava 0,49%, a US$ 67,85 o barril.