Confira balanço da Anbima

Gestão de patrimônio avança 32,7% em 2020; crescimento da região Nordeste é destaque

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O volume de recursos administrado pelas casas de gestão de patrimônio alcançou R$ 220,5 bilhões em 2020, um crescimento de 32,7% na comparação com o ano anterior. Os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostram ainda que o Nordeste foi o destaque entre as regiões, com alta de 43,2%.

"Em situações de crise, é comum destacar os riscos, mas pouco se fala dos mecanismos de proteção e das oportunidades de mercado encontradas nos momentos voláteis. É exatamente na crise que a atuação dedicada dos gestores de patrimônio se sobressai”, afirma Jan Karsten, diretor da Anbima.

No segmento de gestão de patrimônio, os investidores são representados por grupos econômicos, ou seja, famílias de clientes com um ou mais CPFs, dependendo da classificação adotada por cada instituição. Esses grupos partiram de 5.838 em 2019 para 7.900 no ano passado, uma alta de 35,3%.

“Diante das turbulências de 2020, os clientes puderam contar com a assessoria de especialistas que ajudaram não só a proteger o patrimônio daqueles com menor disposição para riscos, mas também a traçar estratégias que alavancaram os investimentos dos que têm apetite por aplicações mais arrojadas", destaca Karsten.

Na divisão por ativos, a carteira dos clientes foi 25,3% composta por cotas de fundos multimercados, 17,5% de fundos de ações e 11,4%  fundos de renda fixa.  As três categorias também cresceram 0,1%, 0,9% e 1,1%, respectivamente, em 2020. 

Outros produtos, no entanto, perderam espaço. As ações passaram de 12%, em 2019, para 10,9%; as cotas de fundos estruturados (que incluem fundos imobiliários e de participações) caíram de 9,5% para 9%; e os títulos públicos foram de 7,9% para 6,8%.

O segmento de fundos de investimentos, que concentra o maior volume de clientes, fechou 2020 com 2,3 mil fundos e R$ 150,2 bilhões. Já as carteiras administradas totalizam 8,6 mil e correspondem a R$ 70,3 bilhões dos investimentos.

Resultados regionais

Além de registrar as maiores variações de volume financeiro, com R$ 7,1 bilhões, o Nordeste também é destaque no número de grupos econômicos, com aumento de 57,7%. "O volume financeiro do Norte e do Nordeste ainda é pequeno, comparado às demais localidades, mas o crescimento dos grupos é o primeiro passo para que essas duas regiões ampliem sua participação", opina Karsten.
 
O Centro-Oeste e o Norte avançaram 51,0% e 30,4% na quantidade de grupos, porém, em contrapartida, apresentaram ligeira queda no montante, com retrações de 2,5% e 4,8%, e encerraram 2020 com patrimônios de R$ 2,6 bilhões e R$ 648 milhões.

Por fim, Sudeste e Sul seguiram concentrando quase a totalidade do patrimônio do segmento e de investidores. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo correspondem por 85,7% do total aplicado, ou R$ 188,9 bilhões, distribuídos em 6.487 grupos econômicos. O Sul vem sequência, com 13,1% dos recursos dos clientes, ou R$ 21,3 bilhões, investidos por 1.031 grupos.