A Suzano (SA:SUZB3) divulgou na noite de quarta-feira (12) seus resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano. A companhia reportou um crescimento de 61% ante o registrado nos primeiros três meses de 2020.
A Suzano reverteu um prejuízo de R$ 2,7 bilhões ante o resultado negativo de R$ 13,4 bilhões no 1T20. No entanto, o número revela uma piora se comparado ao lucro reportado no quarto trimestre de 2020 – R$ 5,9 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 4,86 bilhões, de janeiro ao fim de março. No 1T20, a empresa havia informado R$ 3 bilhões. Entretanto, o resultado obtido pela Suzano foi 13% abaixo das expectativas projetadas pelo BTG Pactual.
Além do balanço trimestral, a companhia informou a aprovação do Projeto Cerrado, cujos investimentos chegam a R$ 14,7 bilhões (US$ 2,77 bilhões). Trata-se de uma nova fábrica de celulose da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo/MS. A empresa prevê o início das produções no local para o primeiro trimestre de 2024.
O BTG avalia que a aprovação do projeto ocorreu antes do esperado e enfatiza que há apenas cerca de R$ 1 bilhão em capex orçado para a construção da nova fábrica neste ano.
Em material divulgado, o Banco aponta que a melhora da empresa foi impulsionada por queda nas despesas e preços maiores de celulose, que registrou uma alta de 14% ante o início de 2020, no preço médio de US$ 532 por tonelada.
A receita líquida, por sua vez, subiu 27% em um ano, de R$ 6,981 bilhões para R$ 8,889 bilhões.
A dívida líquida no trimestre subiu para R$ 66 bilhões, pouco acima da projeção do BTG que estimava o resultado em R$ 2,8 bilhões a menos (R$ 63,2 bilhões).
"Calculamos que, mesmo assumindo uma carga de capex pesada em 2022 e 2023 para o Projeto Cerrado, o balanço patrimonial da Suzano permanecerá saudável ao longo do ciclo de investimento. Em outras palavras, esperamos que o FCFE (da sigla em inglês para Fluxo de Caixa do Acionista) permaneça positivo mesmo durante o pico dos investimentos no Cerrado, o que nos leva a acreditar que o projeto é altamente “digerível” no cenário atual", diz o BTG em relatório.
"No FCFE, calculamos que a empresa gerou cerca de R$ 1,5 bilhão no período, o que consideramos abaixo do potencial", pondera.
Ao fim, o BTG recomenda a compra de ações da Suzano (SUZB3).