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BTG mantém orientação de compra das ações do Itaú Unibanco (ITUB4)

Banco avalia que um dos destaques da companhia foi a transformação digital, acelerada por Milton Maluhy, CEO do Itaú recém-empossado

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Após receberem Renato Lulia-Jacob e Gustavo Rodrigues, executivos do Itaú Unibanco (ITUB4), em reunião na última quinta-feira (13), analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram a orientação anual de compra das ações do banco. 

A compra foi recomendada no preço-alvo de R$37,00.

Os resultados do primeiro trimestre superaram as projeções, mas as ações não corresponderam. O BTG afirma, em relatório, que um dos destaques dos resultados apresentados pela companhia foi a transformação digital graças ao novo CEO do Itaú, Milton Maluhy.

"Desde o primeiro dia, Maluhy simplificou a estrutura hierárquica e está trabalhando duro para cortar custos essenciais nos próximos 3 anos, abrindo caminho para investimentos em novas iniciativas e infraestrutura de tecnologia. Mas isso não significa que o banco pretende operar 100% digital, já que a administração afirma que o canal físico ainda é a preferência de muitos clientes. O Itaú está tentando remodelar sua presença no mundo físico, trocando agências por pontos de venda / hubs mais simplificados", diz o relatório.

A receita de comissões ficou estável ano a ano, atingida por menores taxas de desempenho da vertical de gestão de ativos e menores taxas de cartão, refletindo os efeitos da Covid-19.

Lulia também mencionou um impacto nos serviços de conta corrente, agora que o Pix ganha força. O Itaú também optou por oferecer transferências bancárias tradicionais (TED/DOC) gratuitamente. Entretanto, impactos nessa linha são esperados pelo BTG, já que o Itaú cobra serviços de conta em pacotes, com a oferta de transferências eletrônicas inclusa.

Uma iniciativa que ajuda a enfrentar a transformação digital do banco é o Iti, a carteira digital remodelada no ano passado para ficar muito parecida com um banco digital com uma ampla gama de produtos como cartões e recargas de celular.

O Iti possui mais de 6 milhões de clientes, principalmente jovens sem um relacionamento bancário maduro – perfil não comum na base de clientes do Itaú.

Foi discutida, também, a separação do Itaú da XP Investimentos. "Lulia disse que o negócio aguarda a aprovação do Federal Reserve, o que deve acontecer em breve, pois ele não vê nenhum obstáculo", afirma o material.

"Após a aprovação do FED, a XPart, que detém a participação do Itaú na XP, será criada e a cisão será concluída. Em seguida, as assembleias gerais de acionistas de ambas as empresas precisarão aprovar a incorporação das ações da XPart em ações da XP. Também foi acordado que os acionistas controladores do Itaú (IUPAR e Itaúsa) ainda terão participação na XP nos próximos anos, garantindo a continuidade do direito de indicar dois conselheiros da XP", prossegue.

O BTG avalia que a qualidade dos ativos do Itaú parece muito saudável, com NPLs (da sigla em inglês para créditos não produtivos) sob controle e um alto nível de índice de cobertura.

"Por outro lado, ainda vemos aceleração da digitalização em um país com possivelmente o mercado de fintech mais concorrido, embora o Itaú esteja levando essa ameaça muito a sério e pareça estar envidando grandes esforços para transformar seu modelo de negócios", ponderam os analistas.