Um levantamento feito pela consultoria KPMG apontou que o setor automotivo permanece estável no estágio "transformar para emergir", a partir de uma análise dos quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano de início da pandemia da Covid-19.
Neste estágio, estão empresas que se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, que exige reservas de capital, para resistir e transformar modelos operacionais, e de negócios, para emergirem mais fortes e alinhadas com as mudanças nas prioridades e nos padrões comportamentais dos consumidores.
"Na produção, há falta de insumos básicos para alimentar o processo produtivo da indústria, com demanda reprimida, pressão sobre a produção e câmbio elevado na importação de peças acelerando o movimento do índice de nacionalização de peças e sistemas. Nas vendas, os carros usados estão com performance superior aos carros novos, mas isso não está ligado à falta de carros novos no mercado e sim ao baixo preço, além de aceleração de ofertas de veículos por assinatura, como forma de diminuir a percepção de custos do carro novo", avalia Ricardo Bacellar, líder do setor de Industrial Markets e Automotivo da KPMG no Brasil.
Sobre exportação, o executivo afirma que "a falta de uma estratégia de exportação mais robusta e diversificada permanece dificultando a busca de alternativas, pois os produtos locais têm grau de competitividade em vários mercados target, apesar de um câmbio mais favorável".
De acordo com o material, o setor automotivo enfrenta as seguintes tendências:
Revisão do orçamento e fluxo de caixa do exercício, com foco na liquidez; foco em redução de custos operacionais; foco na eficiência de gestão de estoques (produtos acabados e peças); revisão de acordos com fornecedores e dealers; avaliação de oportunidades de M&A entre fornecedores e dealers para torná-los mais estruturados; revisão de modelos de supply chain; medidas de apoio governamental setorial; fortalecimento de estratégia de diversificação de negócios e vendas online; presença maior nos meios digitais; aceleração de ofertas de veículos por assinatura, como forma de diminuir a percepção de custos do carro novo; e ESG como um drive fundamental da gestão estratégica da indústria.
Com informações de Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação (RV&A).