Transformação

ARTIGO - Varejo e sustentabilidade: elo possibilita novas oportunidades

Algumas sugestões práticas podem ser apresentadas para se pensar os negócios do varejo com intuito de se incorporar ações sustentáveis

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A sustentabilidade é um assunto que ganha relevância a cada dia e traz desafios, mas também possibilita oportunidades para os negócios do varejo.

Dado o fato de ser o elo direto de contato com os consumidores finais, pode participar como, de um lado um agente fundamental para capturar as mudanças no comportamento dos consumidores finais e, de outro lado, um relevante fornecedor de informações para que esse consumidor entenda o que está consumindo.

Um primeiro desafio tem sido compreender o que de fato é ser sustentável. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), se refere a "atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades".

Conseguir endereçar soluções empresariais que sejam capazes de propiciar um equilíbrio entre três pilares da sustentabilidade, não só o pilar ambiental, mas também o social e econômico; ser capaz de desenvolver soluções que enderecem as 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", também conhecidos como ODS (Agenda 2030 da ONU).

A abordagem para os negócios tem sido, na maior parte dos casos, a visão linear das atividades: extrair, produzir e descartar (chamada de economia linear tradicional).

Outra abordagem procura trazer uma visão circular para o assunto: a economia circular. Nela, adota-se uma perspectiva de eliminação dos descartes e não geração de lixo.

O resíduo de um processo entra como matéria prima de outro. Na economia circular há uma mudança geral em toda a cadeia produtiva desde matérias primas até concepção de produtos e sua distribuição, ao qual faz parte o varejo.

Ela amplia a cadeia de valor, abrange todo o ciclo de vida do produto, os modelos de negócios, com possibilidade de criação e recuperação de produtos, alteração nos processos, eliminação e ampliação da venda de serviços.

Algumas sugestões práticas podem ser apresentadas para se pensar os negócios do varejo com intuito de se incorporar ações sustentáveis, como procurar analisar fornecedores e a possibilidade de inclusão daqueles que estão mais próximos.

Isso pode representar uma economia de transporte e redução da geração de poluentes, bem como apoio aos negócios locais.

Até analisar a própria infraestrutura da empresa, sede, lojas, para verificar as opções de fontes de energia, os equipamentos que podem consumir menos energia e menos água (representando redução de custos, mesmo que se tenha que investir em mudanças).

Reaproveitar construções, usar materiais e técnicas construtivas sustentáveis. Buscar equipamentos de escritório, depósitos e lojas que tenham sido feitos de materiais reciclados e recicláveis (e reutilizar) com certificações.

Quanto aos produtos, estabelecer parcerias com os fabricantes para desenvolver embalagens recicláveis, reutilizáveis, e até a redução de embalagens (dos próprios varejistas também), bem como produtos orgânicos, certificados, redução de desperdícios de todo tipo e de alimentos.

Procurar desenvolver projetos internos de formação de colaboradores com intuito de ampliar as competências, a formação e o bem-estar.

Quanto a comunicação, ampliar a informação sobre produtos, sobre a empresa e suas ações para possibilitar uma aproximação e estimular a confiança dos clientes. E, assim, repensar cada tomada de decisão no varejo.

*Adriana Madeira é pós-doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, FEA-USP. É professora do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Com informações da Assessoria de Imprensa Instituto Presbiteriano Mackenzie.