O dólar é a moeda de referência mundial, parte da maior economia do mundo, os Estados Unidos, e a sua cotação tem grande importância na economia interna dos países, nos investimentos e, portanto, no seu dia a dia. Por causa disso, sua cotação é acompanhada em tempo real.
O dólar é cotado de duas formas: dólar comercial e dólar turismo. A moeda é a mesma, mas muda a finalidade. Confira, abaixo, a diferença entre essas duas “versões” e como elas afetam sua vida.
Dólar comercial
O dólar comercial é utilizado como referência do mercado para importações e exportações. Por exemplo: quando um produtor de soja negocia um contrato de exportação com a China ou uma montadora importa um carro da Alemanha, o preço é ajustado segundo o dólar comercial.
Atualmente, ele está em baixa. Ontem (17), por exemplo, a moeda americana estava cotada em torno de R$ 5,00. Entretanto, desde o início da pandemia da Covid-19, o cenário se agravou. Somente no primeiro trimestre de 2020, o real teve desvalorização de 40% em relação ao dólar.
Em 2021, a nossa moeda já acumula 2,5% de perdas para a moeda americana. Numa lista de 30 países, o dinheiro brasileiro só não desvalorizou mais do que a de uma minoria de países com economias muito mais fracas ou em grande crise, como Sudão, Líbia e Venezuela.
A consequência disso tem dois lados: para os exportadores, como produtores de soja, minérios e outros tipos de commodities com alta demanda internacional, o cenário é positivo. Os preços ficam mais competitivos no exterior e o volume de vendas aumenta. Segundo o Ministério da Economia, em 2020, por exemplo, o Brasil teve máximas históricas na exportação de diversos produtos, incluindo petróleo, açúcar, carnes e café.
Na outra ponta está o efeito negativo, sentido pela população: escalada da inflação. Por diferentes motivos, os bens ficam mais caros. Com o dólar alto, exportações vão de vento em popa, gerando escassez de produtos no mercado interno, pois o câmbio torna mais atrativo para o produtor exportar do que disponibilizar os produtos no mercado brasileiro. E essa diminuição de oferta faz os preços subirem.
No mesmo cenário, porém, as importações sofrem, então mercadorias importadas – como eletrônicos – e produtos que são fabricados no Brasil, mas utilizam componentes vindos do exterior, também ficam mais caros.
Dólar turismo
Se o dólar comercial tem efeito sobre a vida de todos, atualmente não é possível dizer o mesmo sobre o dólar turismo. Além da queda nas viagens internacionais por conta das medidas de restrição adotadas pelos países para impedir o avanço do novo coronavírus, o cenário econômico não é exatamente ideal para as famílias planejarem viagens à Disney.
Porém, quem pode e está se programando para viajar para os EUA e quer começar a juntar dólares para gastar no dia a dia por lá, deve ficar ligado na cotação do dólar turismo. Ele é calculado pelas casas de câmbio e é referente ao custo para se adquirir a moeda americana em espécie ou transformada em créditos em cartões pré-pagos.
Devido às dificuldades de operação da moeda em papel (e riscos de segurança para transportá-la), geralmente o dólar turismo é “mais caro” que o dólar comercial. Ontem, por exemplo, enquanto o dólar comercial estava cotado em torno de R$ 5,00, a modalidade para turismo estava cotada em R$ 5,20.
E o cartão de crédito e investimentos?
Não há uma lei que defina qual cotação as operadoras de cartão de crédito devam usar. Porém, convencionou-se pela utilização do “dólar PTAX”, que é calculado pelo Banco Central e serve como referência para esse tipo de transação. Quase sempre o PTAX está um pouco mais alto que o comercial e mais baixo que o turismo. No dia 26 de abril, por exemplo, ele estava cotado a R$ 5,45.
Já nos investimentos, em linhas gerais, seguem o dólar comercial, como fundos de investimento com ativos no exterior, Contratos Futuros de Dólar – negociados na B3, a bolsa de valores brasileira -, entre outros tipos de investimentos atrelados à moeda americana
Há quem prefira comprar moeda em papel e guardar, esperando a sua valorização. Porém, a prática não é indicada por especialistas. Além do risco de se manter dinheiro em espécie em casa, mesmo que a moeda se valorize em relação ao real, ela ficará “parada”, enquanto poderia render juros em uma aplicação.