Aqui no Brasil, o investidor pode investir no mercado imobiliário por meio dos FIIs (Fundos de Investimento Imobiliários). Porém, também é possível aportar no setor nos Estados Unidos. Lá, o investimento pode ser feito nos chamados REITs (Real Estate Investment Trust).
Os REITs são bem mais antigos do que os FIIs. Enquanto essa “classe” de ativos americanos foi criada em 1960, a “nossa versão” foi regulamentada somente em 1993 pela CVM (Comissão de Valores Imobiliários).
As diferenças não ficam só na data de criação: para ser considerado um REIT, o fundo deve ter ao menos 75% de seus ativos investidos em produtos imobiliários e distribuir ao menos 90% de seu lucro tributável aos cotistas. No Brasil, os FIIs são obrigados a distribuir 95% de seu lucro.
Vale ressaltar que os REITs também devem seguir algumas regras específicas de regulamentação, como ser administrado por um conselho de diretores ou curadores, ter pelo menos 100 acionistas e no máximo 50% de suas ações controladas por cinco ou menos pessoas físicas.
Há três tipos de REITs: os “equity REITs”, que operam imóveis geradores de renda e são semelhantes aos fundos de tijolo; os “mortgage REITs”, que detém hipotecas de bens imóveis e são parecidos com os nossos fundos de papéis; e os “hybrid REITs”, que são uma mistura dos dois.
Índices e tamanho dos mercados
O setor imobiliário dos Estados Unidos pode ser uma boa opção de investimento para os brasileiros. Lá, o segmento é mais “aquecido” e movimenta cifras bem maiores que no nosso país.
O FTSE Nareit All REITs Index é o índice norte-americano que reúne todos os REITs. Para se ter ideia, em 2020, esse benchmark tinha a presença de 223 fundos e valor de mercado de US$ 1,24 trilhão.
No Brasil, o cenário é mais discreto: nesse mesmo período, o Ifix, Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários, tinha cerca de 95 fundos imobiliários listados na B3, a Bolsa de Valores brasileira, com um valor de mercado de US$ 22,5 bilhões.
Como investir em REITs estando no Brasil
Para realizar investimentos nesses ativos dos Estados Unidos, o investidor brasileiro tem três caminhos: diretamente nos Estados Unidos, por meio de uma corretora; comprando cotas de fundos de investimentos listados na bolsa de valores do Brasil que aplicam em REITs; ou adquirindo BDRs (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês, que são certificados de ativos dos EUA listados na B3, possibilitando que o investidor possa adquiri-los sem muitas dificuldades).